terça-feira, 5 de maio de 2015

GP Memorável 42# - San Marino 1985


Duas semanas se passaram depois do GP de Portugal, e os pilotos estavam agora em Imola, na Itália. Aquele fim-de-semana seria marcante na temporada para a Minardi, que finalmente faria a estreia dos motores Motori Moderni na categoria. Mais uma vez, a Toleman não conseguiu participar do fim-de-semana, os mesmos problemas de pneus ainda estavam assolando a equipe, que já tinha perdido Stefan Johansson, que foi para Tyrrell e depois para a Ferrari.

No sábado, Ayrton Senna conseguiu colocar apenas 0.027s de diferença entre ele e Keke Rosberg, segundo colocado. Elio colocava o outro carro da JPS em 3º, com Alboreto ao seu lado, e logo atrás Thierry Boutsen com uma Arrows que tinha os ótimos motores BMW. Prost era apenas o 6º com a McLaren, logo atrás dele vinha Mansell, Lauda, Piquet e Berger fechando os dez primeiros.


Stefan Bellof sofreu nos treinos com um Tyrrell aspirado, mas pelo menos superou em mais de 1s Martin Brundle, não correndo risco não se classificar, coisa que não aconteceu nem com o britânico e nem com Mauro Baldi, que ficaram na última fila. Johansson mais uma vez foi a decepção dos treinos, com um tempo de 1:29.806, o sueco largou na 15º colocação.

Na frente dele estavam Patrick Tambay, Eddie Cheever, Andrea de Cesaris e Derek Warwick, e logo atrás estavam Jacques Laffite, Jonathan Palmer, Riccardo Patrese, Pierlugi Martini, François Hesnault, Philippe Alliot, Piercarlo Ghinzani e Manfred Winkelhock. Essas três primeiras provas mostravam a deficiência da equipe Renault, apesar de ter dois pilotos bons, o RE60 deixava muito a desejar.


No domingo, um tempo fechado, nublado e com a ameaça de chuva para a hora da corrida, coisa que beneficiaria os carros da Tyrrell e pilotos como Ayrton, Thierry, Gerhard, Nigel e Derek. Na largada, mais uma vez Keke sai mau e Elio sai bem, pulando de terceiro para segundo, a ponto de ameaçar a liderança de Ayrton. Alboreto era o terceiro, tendo Prost logo atrás.

Começava agora a disputa pela liderança, Senna viu seu companheiro se aproximar, enquanto, um pouco atrás estavam Albo e Prost disputando pelo pódio. Ayrton não teve tantas dificuldades com de Angelis que começou a se preocupar com uma antiga preocupação, o combustível, que já havia feito o italiano de vítima no ano anterior. Por causa disso, Alboreto conseguiu passar o compatriota, para o delírio do público em Imola.


Agora Senna teria um desafio maior, segurar um piloto que tinha o melhor carro e a torcida em seu lado. Até aquele ponto da prova muita coisa havia acontecido, entre elas: Alain Prost era o terceiro, Niki Lauda era quinto, Johansson estava fazendo uma grande recuperação e vários pilotos já haviam abandonado.

Quem havia abandonado era Riccardo Patrese (Motor), Gerhard Berger (Motor), Stefan Bellof (Motor), François Hesnault (Motor), Mauro Baldi (Elétrico), Andrea de Cesaris (Rodada), Pierluigi Martini (Turbo), Jacques Laffite (Turbo), Keke Rosberg (Freios), Philippe Alliot (Motor) e Manfred Winkelhock (Motor). Era uma lista bem grandinha para um prova que tinha nem sequer completado 30 voltas, e tinha grandes possibilidades de ver a maior parte dos carros abandonar por falta de combustível.


Na volta 29, Michele Alboreto começa a parar sua Ferrari, era um problema elétrico que tirava o italiano da prova, que poderia dar a ele sua primeira vitória na temporada, na qual já tinha ele como líder. Ayrton Senna respirou aliviado, mas por pouco tempo, já que Prost começaria a se aproximar e ameaçar o brasileiro da Lotus, que aumentou o ritmo.

O motor TAG-Porsche, ao lado da BMW, eram os que mais tinham potência, mas o da McLaren era o que mais economizava, a ponto de ter uma pequena tela atrás do volante falando o quanto de combustível faltava. Prost foi para cima do brasileiro, e ambos aumentaram o ritmo de maneira consideravelmente alta, aumentando o uso de combustível. Aquela disputa fazia com que Niki Lauda ficasse para trás, mas o austríaco tinha seu objetivo, terminar a prova.


Depois de uma linda disputa, Alain Prost diminui o ritmo se preocupando com o combustível, enquanto isso Lauda via um carro vermelho passar por ele, e por incrível que pareça era Stefan Johansson, que vinha fazendo uma ótima prova de recuperação. O sueco partiu para cima de Alain Prost, e antes disso já havia feito uma grande ultrapassagem em cima de Elio de Angelis, que voltas depois passou pelo tricampeão Lauda.

Outro piloto que estava fazendo uma grande corrida era Boutsen, que passou por Lauda e Piquet e estava logo atrás de de Angelis, na 5º colocação. Mais á frente, Stefan chegou em Prost, e passou pelo francês rapidamente, para delirio de todos os italianos, que voltas depois teriam um motivo para gritar de felicidade.


Faltava apenas 4 voltas para o fim, e Senna liderava com uma vantagem de 11s para Johansson, que baixou essa diferença para 9s em apenas uma volta. A Itália ficava apreensiva, esperando um de seus pilotos duelar com Senna nas últimas voltas, mas o destino sorriu para a Suécia e para o país dos tifosi, que viram o brasileiro começar a parar logo depois da Rivazza, Ayrton ainda tentava, mas Johansson conseguiu a ultrapassagem, e logo na frente da torcida, que ficou eufórica, pulando e gritando de alegria.


A Suécia, com isso, viu um piloto de seu país liderar uma volta depois de 7 anos, desde Peterson na Áustria em 1978. Mas a tristeza voltou a reinar em Imola, logo depois da Acqua Minerali Stefan começou a parar, deixando Alain Prost na ponta. Os italiano se calaram, a felicidade virou tristeza ao ver Prost cruzar a linha de chegada em primeiro.

Ainda nas últimas voltas, o francês passou pela Tamburello, onde estava Ayrton Senna, parado, ainda dentro de sua Lotus, desolado. Alain ia quase parando, apenas torce que de Angelis não chegasse, e nem Boutsen. Galvão ainda acreditava que Piquet estava em terceiro, mas o brasileiro parou sua Brabham quando estava em 5º.


Por sorte, Prost cruzou a linha de chegada em 1º lugar, e metros depois parou sua McLaren e pegou carona com Tambay, que terminou em 4º. Elio de Angelis passou lento na linha de chegada, enquanto Thierry Boutsen teve que empurrar sua Arrows para chegar ao pódio, ele conseguiu fazer seu A8 cruzar totalmente a linha de chegada com a própria força. Enquanto isso Lauda passava na 5º colocação e Mansell ficava com o último ponto.

Ghinzani não conseguiu se classificar porque deu apenas 46 das 60 voltas. Depois da prova, Alain Prost foi desclassificado, para agonia dos franceses e da equipe McLaren, mas pelo menos os italiano sorriram um pouco, Johansson passou a ser o 6º colocado. Com isso, Elio de Angelis conquistou sua última vitória.


RESULTADOS:

  1. Elio de Angelis - Lotus Renault - 1:34:35.955 - 9pts
  2. Thierry Boutsen - Arrows BMW - +1 Volta - 6pts
  3. Patrick Tambay - Renault Elf - +1 Volta - 4pts
  4. Niki Lauda - McLaren TAG-Porsche - +1 Volta - 3pts
  5. Nigel Mansell - Williams Honda - +2 Voltas - 2pts
  6. Stefan Johansson - Scuderia Ferrari - Falta de Combustível - 1pt
  7. Ayrton Senna - Lotus Renault - Falta de Combustível
  8. Nelson Piquet - Brabham BMW - Falta de Combustível
  9. Martin Brundle - Tyrrell Ford - Falta de Combustível
  10. Derek Warwick - Renault Elf - Falta de Combustível
  11. Alain Prost - McLaren TAG-Porsche - DSQ
  12. Eddie Cheever - Alfa Romeo - Motor - OUT
  13. Piercarlo Ghinzani - Osella Alfa Romeo - NC
  14. Michele Alboreto - Scuderia Ferrari - Elétrico - OUT
  15. Manfred Winkelhock - RAM Hart - Motor - OUT
  16. Philippe Alliot - RAM Hart - Motor - OUT
  17. Keke Rosberg - Williams Honda - Freios - OUT
  18. Jacques Laffite - Ligier Renault - Turbo - OUT
  19. Pierluigi Martini - Minardi Motori Moderni - Turbo - OUT
  20. Andrea de Cesaris - Ligier Renault - Rodada - OUT
  21. Mauro Baldi - Spirit Hart - Elétrico - OUT
  22. François Hesnault - Brabham BMW - Motor - OUT
  23. Stefan Bellof - Tyrrell Ford - Motor - OUT
  24. Gerhard Berger - Arrows BMW - Motor - OUT
  25. Riccardo Patrese - Alfa Romeo - Motor - OUT
  26. Jonathan Palmer - Zakspeed - DNS
Esses foram os pilotos que estavam inscritos para a corrida
Volta Mais Rápida: Michele Alboreto - 1:30.961 - Volta 29


Curiosidades
- 407º GP
- 2º e Última Vitória de Elio de Angelis
- 1º Pódio de Theirry Boutsen
- 11º e Último Pódio de Patrick Tambay
- 74º Vitória Para a Lotus
- 16º Vitória da Renault Como Construtor de Motor
- 1º Vez Desde o GP da Áustria de 1978, Um Sueco Lidera Uma Corrida na F-1

  • MELHOR PILOTO: Stefan Johansson
  • SORTUDO: Elio de Angelis
  • AZARADO: Ayrton Senna / Stefan Johansson
  • SURPRESA: Thierry Boutsen
Johansson fez uma grande prova, sem dúvida o melhor piloto, vindo da 15º colocação para a vitória, quer dizer, pro 6º posto. de Angelis mais uma vez fez uma corrida apagada, mas mesmo assim sempre andou entre os 6 primeiros, e viu a vitória cair no seu colo. Senna liderou quase todas as voltas, mas acabou sem combustível há 3 voltas do fim, sem dúvida ele ficou desolado, da mesma forma do sueco, que fez uma prova incrível e esperava uma recompensa,,, Não sei se pode ser chamado de surpresa, porque já era esperado ver uma grande prova do belga, que mesmo assim apareceu no pódio mesmo empurrando seu A8.


Campeonato de Pilotos:
  1. Elio de Angelis - Lotus Renault - 16pts
  2. Michele Alboreto - Scuderia Ferrari - 12pts
  3. Patrick Tambay - Renault Elf - 10pts
  4. Ayrton Senna - Lotus Renault - 9pts
  5. Alain Prost - McLaren TAG-Porsche - 9pts

Campeonato de Construtores:
  1. Lotus Renault - 25pts
  2. Scuderia Ferrari - 16pts
  3. McLaren TAG-Porsche - 12pts
  4. Renault Elf - 10pts
  5. Arrows BMW - 6pts
Imagens tiradas do Google Imagens e GPExperts.com.br

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