sexta-feira, 20 de janeiro de 2017

35 anos - A greve dos pilotos


Tudo havia começado ainda em 1981. A guerra entre FISA e FOCA parecia ter chegado ao fim enquanto o retorno de um grande campeão agitava as manchetes de todo mundo: Niki Lauda estaria de volta após seu abandono em 1979! Depois de meses acompanhando o interessante trabalho de um jovem Ron Dennis com o primeiro carro construído totalmente de fibra de carbono, o austríaco se curvou ao projeto e assinou o contrato para substituir Andrea de Cesaris, tornando-se, novamente, companheiro de John Watson.

Porém, o hype criado pelo retorno do bicampeão estaria perto de acabar. Como foi dito, tudo começou ainda em 1981, quando Lauda recebeu em sua casa uma carta da FISA sobre a nova regulamentação das super-licenças. Esta, se bem lida, apresentava novas cláusulas que proibiam os pilotos de mudarem de equipe no meio da temporada, sendo obrigados a ficarem no mesmo time por três anos. Além disso, não poderiam "causar danos aos interesses materiais e morais do campeonato do mundo". Basicamente, não poderiam mais criticar a FISA. Agora, equipes e dirigentes detinham maior poder sobre os pilotos.

Chegando ao hemisfério sul, onde o calor do verão era infernal, já em 1982, Lauda teria uma triste surpresa. Quase todos os pilotos, com exceção dele próprio, de Didier Pironi, Gilles Villeneuve, Jacques Laffite, Andrea de Cesaris, René Arnoux e Bruno Giacomelli, haviam assinado o acordo. E, para tentar resolver o erro, Lauda conversou com o presidente da GPDA, naquela altura Pironi, para que este fosse a Comissão da FIA tentar resolver o problema. Infelizmente as coisas não saíram como planejado, e a FISA planejava resolver isso apenas em abril pelo Comitê Executivo. O clima azedou de vez...

"Nós não vamos assumir o volante até que uma solução aceitável seja encontrada", dizia Didier Pironi naquele dia 18 de janeiro de 1982. Com as coisas indo de mal a pior, as chances de haver uma greve de pilotos cresceu.

E, na manhã de quarta-feira, dia 20, todos os carros estavam preparados nos boxes quando um ônibus passou pelo paddock levando 30 dos 31 competidores inscritos para a prova. Jochen Mass decidiu ficar longe da confusão, e seria o único homem a entrar na pista naquele dia, quando organizadores e dirigentes correriam para tentar resolver um gigantesco problema a tempo.


Depois de Laffite acabar com a única investida da organização, que colocou uma Kombi na frente do ônibus, os pilotos foram comboiados por jornalistas do mundo inteiro até o Hotel Sunnyside em Joanesburgo. Após chegarem ao local, Pironi retornaria à Kyalami para conversar com Jean-Marie Balestre, presidente da FISA, e Bernie Ecclestone, chefe da FOCA.

Os pilotos estavam relutantes, sobretudo os mais jovens. Keke Rosberg e Manfred Winkelhock, um que finalmente teria bom carro em mãos e outro que fazia sua estreia, eram os maiores opositores da ação, mas ainda sim estariam presentes naquele saguão. Há 35 anos atrás...

A ida de Pironi para Kyalami se mostrou desastrosa. Naquela noite, Balestre baniria todos os 30 pilotos que participaram da greve e planejava adiar em uma semana o GP da África do Sul, para que as equipes contratassem 30 novatos! Enquanto o francês age, Bernie Ecclestone prefere caçar um culpado, achando em Mark McCormack um nome que lhe agradasse. Aquele senhor americano tinha acabado de se tornar manager de Alain Prost e Didier Pironi, principal líder da greve. Estaria McCormack manipulando os pilotos? Para Ecclestone, sim...

Com a notícia do banimento permanente, a preocupação é generalizada entre os jovens. Mas, logo, os pilotos mais experientes conseguem reverter a situação e criar um clima único e que jamais se repetiria na história da categoria. Gilles Villeneuve e Elio de Angelis revezavam no piano, Slim Borgudd demonstrava sua habilidade na bateria, Bruno Giacomelli desenhava uma sátira onde ensinava fazer uma bomba e Niki Lauda (ele mesmo!) fazia um show de stand-up. Uma noite única na história... e não acabou por aí.

Jackie Oliver, um dos chefes da Arrows, com a ajuda de dois policiais, tentou arrombar a porta do local onde os pilotos estavam dormindo. A solução foi colocar o que dava na frente da porta para que nenhum daqueles três homens conseguisse entrar. Não havia lugar para todos no hotel, e, assim, muitos deles tiveram de dormir no chão, deitados ao lado de rivais e companheiros. Até mesmo Nelson Piquet parece ter ficado na dúvida se dormiria ou não ao lado de Carlos Reutemann, seu rival na disputa pelo título do ano anterior.

Que noite e que madrugada...


Apesar dos eventos "de ontem", que uniram ainda mais o grid, tivemos um caso de deserção! Alex Hawkridge, gerente da Toleman, convenceu Teo Fabi a fugir. Na manhã da quinta-feira, dia 21, o italiano falou que iria no banheiro e não voltou mais. "Ele havia fugido como uma galinha. Perdeu nosso respeito não por ter decidido ir embora, e sim porque foi direto a Ecclestone e Balestre para falar o que havíamos discutido" afirmou Keke Rosberg, que antes era um dos principais críticos do ato. Mesmo assim, a greve está mais forte do que nunca.

Às 8:15h, Niki Lauda deu uma entrevista dizendo que Pironi voltara ao autódromo para o ultimato com Balestre e Ecclestone. Uma hora e quarenta e cinco minutos depois, a vitória dos pilotos foi anunciada pelo presidente da GPDA. Os artigos que causaram a greve seriam reescritos, e os ases passariam a ter os mesmos direitos das equipes.

A FISA havia cedido, mas e a FOCA? Os garagistas acabaram sendo obrigados a devolverem os carros para seus respectivos pilotos, mas ainda havia um no meio deles que se negava a fazer isso com seu principal piloto: Bernie Ecclestone mandou colocar o número 2 em todos os BT50 em Kyalami, sinalizando que Nelson Piquet não participaria da prova. Era um golpe do inglês que alegava que uma noite no chão do hotel Sunnyside prejudicara a saúde do campeão.

Percebendo isso, Gilles Villeneuve volta a mobilizar seus colegas e uma nova greve é iminente. O próprio canadense levaria Nelson Piquet para exames no centro médico, onde acabaria liberado para correr. Bernie Ecclestone havia perdido mais uma batalha, mas não a guerra...

As multas ficaram entre US$ 5 mil e US$ 10 mil, mas o pior ainda estava por vir.

Niki Lauda havia percebido que os pilotos tinham perdido sua voz na Fórmula 1. Eram dois homens que dominavam tudo e podiam fazer aquilo que quisessem e, mesmo depois da demonstração de força em Kyalami, o austríaco viria a guerra ser perdida com a dissolução da GPDA e a criação da PRDA (Professional Racing Driver Association), uma versão bem menos sucedida daquela que ressurgiria com força após os fatídicos acontecimentos do 1º de maio de 1994.

Assim começava a temporada de 1982 da Fórmula 1. Sob calor infernal em Kyalami, com os pilotos fugindo de ônibus até um hotel onde dormiriam juntos (e no chão!) enquanto tentavam resolver um problema que poderia ter destruído aquilo que conhecemos como a década de ouro...

Há 35 anos...














Imagens tiradas do Google Imagens.

terça-feira, 10 de janeiro de 2017

GP Memorável #82 - Bélgica 1986


Depois da vitória de Alain Prost em Mônaco, as equipes McLaren, Benetton, Ferrari, Brabham, Ligier, Tyrrell e Haas estavam em Paul Ricard para uma sessão de testes coletivos.

Após largar na última posição nas ruas de Monte Carlo, Elio de Angelis diz, sorridente: "eu poderia ter sido segundo no grid... pena que será só em Spa". O italiano havia abandonado três das quatro provas que já haviam acontecido em 1986, e estava empolgado com a expectativa de evolução da equipe e do BT55. Ele, que odiava testes, se prontificou no lugar de Riccardo Patrese, que não foi para Le Castellet.

Mas, naquele 14 de maio, o mundo se chocaria com uma tragédia à mais de 250Km/h. Na região dos esses da Verrière, uma fumaça negra começa a subir. Alan Jones foi o primeiro a chegar ao local: "Não havia nada que eu pudesse fazer, eu só fiquei lá com minhas mãos no ar". Logo depois, foi a vez de Alain Prost, Nigel Mansell e Jacques Laffite chegarem, tentando desesperadamente fazer algo que pudesse salvar o colega e amigo de Angelis.

Um fiscal que estava nas imediações tentou apagar as labaredas que afligiam o BT55, mas de forma totalmente despreparada, vestindo um shorts e uma camiseta. Jones percebeu que o pó do extintor atingiu mais a cabine do piloto do que o incêndio que estava no motor, o que pioraria ainda mais o estado de de Angelis, que só seria retirado do carro dez minutos depois do acidente.

Por incrível que pareça, não havia nenhum helicóptero de emergência no autódromo. A espera de trinta minutos seria dolorosa e terrível. Elio ainda estava respirando, mas com muitas dificuldades. Naquela noite, Dr. Sid Watkins seria informado que o italiano sofrera extensos danos cerebrais e que a situação era quase irreversível. No outro dia, veio a confirmação: Elio de Angelis havia morrido por causa de graves ferimentos na cabeça e no peito.


Uma falha na asa traseira do BT55 fez Elio capotar várias vezes, saltar o guard-rail e parar de cabeça para baixo, 91 metros de distância do primeiro embate. Havia morrido um dos pilotos mais talentosos de sua geração, e um dos últimos gentleman da Fórmula 1. Nascido em Roma, de Angelis tinha 28 anos e duas vitórias na categoria.

Ayrton Senna diria: Elio era uma pessoa à parte porque ele exerceu seu trabalho pelo amor ao esporte, sem motivação financeira. Ele era um cavaleiro, uma pessoa de qualidade que estou orgulhoso de ter conhecido.

Depois da fatalidade, as mudanças. Jean-Marie Balestre, também abalado pela morte de Henri Toivonen e Sergio Cresto no rally, tomou medidas extremamente radicais, banindo o Grupo B e o Grupo S. Alain Prost e Nelson Piquet estava preocupados com as velocidades que os carros estavam atingindo: "350Km/h em uma reta tudo bem, [...] mas 300Km/h após algumas centenas de metros é absolutamente ridículo" dizia o francês, que pedia por uma diminuição rápida na potência dos motores.

A FOCA se reuniria com Balestre para decidir o futuro da categoria, com todos concordando em diminuir para 600cv a potência dos motores. Ron Dennis é a exceção, dizendo que não foi a potência do motor que matou Elio de Angelis, mas sim uma falha na asa. O inglês estava certo em reclamar. Mas, no sábado, dia 17, Balestre emitiu o comunicado oficializando as mudanças. A FISA ainda iria discutir outras para diminuir a pressão do turbo e o diâmetro do compressor.


Para piorar, Jean-Marie mudou o traçado de Paul Ricard, diminuindo o tamanho da Reta Mistral e retirando os esses Verrière. Em contrapartida, todo teste agora deveria ter uma ambulância, um helicóptero e um médico de plantão.

A consciência de todos estava pesada quando o circo chegou em Spa-Francorchamps, quase duas semanas depois da tragédia. A Brabham tinha apenas um carro para Riccardo Patrese, enquanto o #8 que era de de Angelis estava sendo preparado para Derek Warwick. A BMW, fornecedora de motores para a equipe inglesa e para Arrows e Benetton, disse que tinha a intenção de ter uma equipe própria em 1988, e com um nome já selecionado: Niki Lauda.

A Ferrari tinha novos turbos e uma suspensão traseira modificada. A Honda melhorara a recuperação de velocidade de seu motor e a Lotus trocou a parte traseira do 98T pelo do 97T de 1985. Enquanto isso, na Tyrrell, Philippe Streiff correria com a câmera onboard, uma das principais atrações para 1986.

Nos treinos, Gerhard Berger brilhou, marcando o tempo mais rápido no Q1 e só perdendo a pole position nos últimos minutos do Q2. Sendo assim, Nelson Piquet partiria da ponta com o austríaco ao seu lado. Alain Prost era terceiro, com Ayrton Senna em quarto e Nigel Mansell, reclamando do tráfego, em quinto. Teo Fabi, na segunda Benetton, era sexto, René Arnoux sétimo, Keke Rosberg apenas oitavo, Michele Alboreto nono e Patrick Tambay décimo.


Stefan Johansson era décimo primeiro, com Martin Brundle ao seu lado. Johnny Dumfries tinha o décimo terceiro melhor tempo, a frente de Thierry Boutsen, Riccardo Patrese e Alan Jones. Com problemas nos dois dias de treinos, Jacques Laffite era apenas décimo sétimo, ao lado de seu ex-companheiro Philippe Streiff. Andrea de Cesaris era o melhor dos piores com o décimo nono posto. Fechando o grid estavam Jonathan Palmer, Marc Surer, Alessandro Nannini, Huub Rothengatter, Piercarlo Ghinzani e Christian Danner.

O domingo amanhece com um belo sol, o que significava que as velhas dúvidas estariam sobre a cabeça de todos nos boxes: os pilotos conseguiriam chegar ao fim? Os mesmos precisariam trabalhar de forma esperta para completar a prova.

Na volta de apresentação, Riccardo Patrese e Christian Danner vão para os boxes com problemas, deixando duas vagas no grid na hora da largada. Na partida, Ayrton Senna se livra de Berger e tenta tomar a ponta, com Rosberg, mais ao fundo, tentando sair da grama após forçar uma forte largada para cima de Fabi.


Pressionado por Senna, Berger joga o carro contra o muro, mas quem estava lá antes era Alain Prost, que tocou na Benetton do austríaco. Confusão. Keke Rosberg é obrigado a dar meia volta, enquanto Patrick Tambay abandona com a suspensão quebrada e Nigel Mansell passa lento pelo local. Graças a confusão, Nelson Piquet escapou ileso para assumir a ponta com Ayrton Senna em segundo.

Prost e Berger vão para os boxes, com o francês trocando a asa dianteira de seu McLaren antes de voltar na penúltima posição. Com Senna e Piquet abrindo, Nigel Mansell é terceiro, Stefan Johansson quarto, Johnny Dumfries quinto, Jacques Laffite sexto, Alan Jones sétimo, Thierry Boutsen oitavo, Michele Alboreto nono e Martin Brundle décimo.

Na terceira volta, Jones, surpreendendo com seu Ford turbo, passa por Laffite e assume o último lugar pontuável. Lutando pela décima segunda posição, Keke Rosberg supera René Arnoux enquanto, mais ao fundo, Christian Danner abandona. Nessa altura, Andrea de Cesaris era décimo quinto com seu Minardi e Huub Rothengatter décimo sexto com seu Zakspeed - posições inimagináveis para ambos.


Com Piquet escapando na liderança, Senna acabaria sendo superado por Mansell na disputa pelo terceiro lugar. A alegria do britânico duraria pouco, já que na volta cinco ele cometeria um erro na Bus Stop, perdendo as posições para o brasileiro da Lotus e para Johansson. Rosberg superou Brundle e Streiff e já é décimo no momento, enquanto Prost tenta se aproximar de Surer, décimo nono colocado.

Duas voltas depois, Keke pararia na Les Combes depois de seu motor TAG-Porsche não resistir às subidas e descidas de Spa-Francorchamps. Essa seria uma das últimas chances para o finlandês manter as esperanças de título vivas. Caindo na tabela, Jones era agora apenas décimo primeiro, na mesma altura em que Johnny Dumfries cometeria um erro antes de ir aos boxes para abandonar.

No oitavo giro, Thierry Boutsen abandona com problemas elétricos, o belga estava lutando para se manter a frente de René Arnoux, que havia acabado de superar as Tyrrell de Brundle e Streiff e agora era sétimo. Surpreendendo, Marc Surer foge de Alain Prost e já é décimo segundo após passar Huub Rothengatter. O atual campeão ainda briga com Riccardo Patrese pelo décimo quinto posto após a rodada de Philippe Streiff na Stavelot.


Se recuperando, Arnoux era sexto na décima primeira volta, tendo superado seu companheiro Jacques Laffite. No giro seguinte, Streiff troca os pneus de sua Tyrrell aos gritos do Tio Ken. E, finalmente, Alain Prost conseguiria passar por Patrese, Nannini e Rothengatter para assumir o décimo terceiro posto. Liderando, Piquet está com a pressão máxima de seu turbo, algo que ele não percebe e que pode custar caro.

No fim da volta dezesseis, o brasileiro pararia nos boxes da Williams para abandonar. O motor Honda não resistiu aos problemas no sistema de controle do FW11, e estava prestes a estourar se o bicampeão continuasse na pista. Agora Ayrton Senna era primeiro, dois segundos a frente de Nigel Mansell, em segundo, e Stefan Johansson em terceiro.

Agora quinto, Arnoux tocaria nos retardatários e danificaria a asa dianteira, sendo obrigado a parar. Na volta seguinte, Laffite faz sua troca de pneus, retornando na sexta posição antes de Martin Brundle também fazer sua parada. Tentando o pulo do gato, Mansell faz sua parada. Oito segundos é um bom tempo que coloca a liderança de Senna em risco. Na volta seguinte, vinte e dois, o brasileiro para e perde a ponta para o inglês. A desordem nos boxes da Lotus custou caro. Em oitavo, após passar Surer, de Cesaris e Fabi, Prost também trocou os pneus, mantendo a posição.

O líder agora era Stefan Johansson. Em décimo, Andrea de Cesaris também faz sua parada nos boxes da Minardi, voltando em décimo segundo antes do abandono de seu companheiro Alessandro Nannini. Na volta vinte e quatro, o sueco da Ferrari fez sua troca, retornando atrás de Michele Alboreto que não deve parar. Com isso, Mansell finalmente assumia a liderança, apenas dois segundos a frente de Senna.


Sexto naquela altura, Martin Brundle abandonaria com a caixa de câmbio quebrada enquanto Rothengatter, décimo terceiro após bom desempenho, superando de forma incrível Jonathan Palmer, também se retirava da prova. Vazamento de água no carro do holandês. Na penúltima posição, René Arnoux abandonaria após estourar seu motor Renault.

Na volta trinta, a classificação era: Nigel Mansell em primeiro, Ayrton Senna segundo, Michele Alboreto terceiro, Stefan Johansson quarto, Jacques Laffite quinto, Alan Jones sexto, Alain Prost sétimo, Teo Fabi oitavo, Marc Surer nono, Andrea de Cesaris décimo, Riccardo Patrese décimo primeiro, Gerhard Berger décimo segundo, Philippe Streiff décimo terceiro e Jonathan Palmer décimo quarto.

Agora a corrida de Mansell era para se livrar dos retardatários, com Senna quase sempre se beneficiando. Quem, no meio disso tudo, se destacou foi Alan Jones com sua Lola Ford, que estava andando no mesmo ritmo do líder da Williams. Infelizmente, o australiano seria obrigado a fazer sua troca de pneus na volta trinta e dois, deixando o sexto lugar para Alain Prost.

A Ferrari começaria a ficar preocupada com a aproximação de Stefan Johansson em cima de Michele Alboreto. A escuderia italiana ainda não marcou mais do que três pontos na temporada e precisa desse resultado, e, como o italiano é o primeiro piloto, o sueco deve deixar que este termine no pódio. Marco Piccinini entraria em desespero voltas depois, quando Johansson começaria a atacar Alboreto na luta pelo terceiro lugar.


Na trigésima sétima volta, de Cesaris fica sem combustível, acendendo o alerta de todos na pista. No giro seguinte, Johansson superaria Alboreto na Les Combes, contrariando ordens de equipe. Ficando sem combustível, Senna é obrigado a diminuir o ritmo, enquanto Alan Jones, com problemas em seu mostrador, para na reta Kemmel. É o fim de uma fabulosa prova do australiano.

No fim, Nigel Mansell conquistaria a terceira vitória de sua carreira, com Ayrton Senna em segundo, Stefan Johansson em terceiro, Michele Alboreto em quarto, Jacques Laffite em quinto e Alain Prost fechando as posições pontuáveis após milagroso desempenho. Surer não cruzaria a linha de chegada, sendo liberado dos boxes depois do fim da corrida para fechar em nono, enquanto Palmer, em situação semelhante, não seria classificado.

Apesar de ser líder do campeonato de pilotos, Ayrton Senna parece pouco feliz depois de enfrentar problemas com sua Lotus durante a corrida. O brasileiro, mais uma vez conseguiu fazer um ótimo trabalho para chegar ao fim, diferentemente de seu compatriota da Williams, que voltou a sofrer com o motor Honda de seu carro. É um momento difícil para Nelson Piquet, que agora vê Nigel Mansell crescer após a vitória.


No pódio, o clima não seria um dos melhores, já que a morte de Elio de Angelis ainda era fortemente sentida. Nigel Mansell foi companheiro do italiano por quatro anos, enquanto Ayrton Senna tinha tido Elio como colega no ano anterior. A Fórmula 1 se encontraria no Canadá, três semanas depois, para a sexta etapa da temporada de 1986 que pintava como uma das melhores dos últimos anos.

RESULTADOS:
  1. 5 - GBR - Nigel Mansell - Williams Honda - 1:27:57.925 - 9pts
  2. 12 - BRA - Ayrton Senna - Lotus Renault - +19.827s - 6pts
  3. 28 - SUE - Stefan Johansson - Scuderia Ferrari - +26.592s - 4pts
  4. 27 - ITA - Michele Alboreto - Scuderia Ferrari - +29.634s - 3pts
  5. 26 - FRA - Jacques Laffite - Ligier Renault - +1:10.690s - 2pts
  6. 1 - FRA - Alain Prost - McLaren TAG-Porsche - +2:17.772s - 1pt
  7. 19 - ITA - Teo Fabi - Benetton BMW - +1 Volta
  8. 7 - ITA - Riccardo Patrese - Brabham BMW - +1 Volta
  9. 17 - SUI - Marc Surer - Arrows BMW - +2 Voltas
  10. 20 - AUT - Gerhard Berger - Benetton BMW - +2 Voltas
  11. 15 - AUS - Alan Jones - Lola Ford - Falta de Combustível
  12. 4 - FRA - Philippe Streiff - Tyrrell Renault - +3 Voltas
  13. 14 - GBR - Jonathan Palmer - Zakspeed Racing - NC
  14. 23 - ITA - Andrea de Cesaris - Minardi Motori Moderni - Falta de Combustível - OUT
  15. 3 - GBR - Martin Brundle - Tyrrell Renault - Caixa de Câmbio - OUT
  16. 29 - HOL - Huub Rothengatter - Zakspeed Racing - Vazamento de Água - OUT
  17. 24 - ITA - Alessandro Nannini - Minardi Motori Moderni - Motor - OUT
  18. 25 - FRA - René Arnoux - Ligier Renault - Motor - OUT
  19. 6 - BRA - Nelson Piquet - Williams Honda - Turbo - OUT
  20. 18 - BEL - Thierry Boutsen - Arrows BMW - Elétrico - OUT
  21. 11 - GBR - Johnny Dumfries - Lotus Renault - Radiador - OUT
  22. 2 - FIN - Keke Rosberg - McLaren TAG-Porsche - Motor - OUT
  23. 21 - ITA - Piercarlo Ghinzani - Osella Alfa Romeo - Motor - OUT
  24. 22 - ALE - Christian Danner - Osella Alfa Romeo - Motor - OUT
  25. 16 - FRA - Patrick Tambay - Lola Ford - Colisão - OUT
Esses foram os pilotos que participaram da corrida
Volta Mais Rápida: Alain Prost - 1:59.282 - Volta 31

Curiosidades:
- 425º GP
- XLIV Grande Prêmio da Bélgica
- Realizado no dia 25 de maio de 1986, em Spa-Francorchamps
- 3º vitória de Nigel Mansell
- 10º pódio de Nigel Mansell
- 24º vitória da Williams
- 9º vitória do motor Honda
- 400º GP do motor Ferrari


  • MELHOR PILOTO: Alain Prost
  • SORTUDO: Nigel Mansell
  • AZARADO: Alain Prost
  • SURPRESA: Stefan Johansson
Alain Prost foi espetacular durante todo o fim-de-semana, marcando a pole e só perdendo a vitória pela confusão na largada. De resto, o francês deu show, conseguindo chegar na ótima sexta posição com seu McLaren. Mansell teve sorte, escapou ileso das confusões e, mesmo após rodar, conseguiu arrancar o primeiro lugar de Senna. A boa surpresa veio de Ferrari, com Stefan Johansson conquistando o primeiro pódio da escuderia em 1986 em meio à críticas.


Campeonato de pilotos:
  1. 12 - BRA - Ayrton Senna - Lotus Renault - 25pts
  2. 1 - FRA - Alain Prost - McLaren TAG-Porsche - 23pts
  3. 5 - GBR - Nigel Mansell - Williams Honda - 18pts
  4. 6 - BRA - Nelson Piquet - Williams Honda - 15pts
  5. 2 - FIN - Keke Rosberg - McLaren TAG-Porsche - 11pts
  6. 28 - SUE - Stefan Johansson - Scuderia Ferrari - 7pts
  7. 26 - FRA - Jacques Laffite - Ligier Renault - 7pts
  8. 20 - AUT - Gerhard Berger - Benetton BMW - 6pts
  9. 25 - FRA - René Arnoux - Ligier Renault - 5pts
  10. 27 - ITA - Michele Alboreto - Scuderia Ferrari - 3pts
  11. 19 - ITA - Teo Fabi - Benetton BMW - 2pts
  12. 3 - GBR - Martin Brundle - Tyrrell Renault - 2pts
  13. 7 - ITA - Riccardo Patrese - Brabham BMW - 1pt

Campeonato de construtores:
  1. GBR - Marlboro McLaren International - McLaren TAG-Porsche - MP4/2C - PRO/ROS - G - 34pts
  2. GBR - Canon Williams Honda Team - Williams Honda - FW11 - MAN/PIQ - G - 33pts
  3. GBR - John Player Special Team Lotus - Lotus Renault - 98T - DUM/SEN - G - 25pts
  4. FRA - Equipe Ligier - Ligier Renault - JS27 - ARN/LAF - P - 12pts
  5. ITA - Scuderia Ferrari SpA SEFAC - Ferrari - F1/86 - ALB/JOH - G - 10pts
  6. GBR - Benetton Formula Ltd. - Benetton BMW - B186 - FAB/BER - P - 8pts
  7. GBR - Data General Team Tyrrell - Tyrrell Renault - 014/015 - BRU/STR - G - 2pts
  8. GBR - Motor Racing Developments - Brabham BMW - BT55 - PAT/ANG - P - 1pt
Imagens tiradas do Google Imagens - GPExpert.com.br - F1-History.deviantart.com

domingo, 8 de janeiro de 2017

GP Memorável #81 - Mônaco 1986


Duas semanas depois do vexatório fim do GP de San Marino, a Fórmula 1 chegou ao seu principal palco: o principado de Mônaco. Em nome da segurança, o traçado foi modificado pela primeira vez em anos, com a substituição da velha chicane por uma nova chicane, que diminuiu a velocidade de 200Km/h para 60Km/h na região do porto. Agora os pilotos teriam de fazer três curtas curvas para continuarem em direção à Tabac.

No paddock, um novo rosto. Patrick Faure, novo presidente da Renault Sport que está lá para fazer as vontades de Georges Besse. Logo, disse que a marca forneceria motores apenas para duas equipes em 1987 ao invés de três. A Lotus seria a mais beneficiada, mas Peter Warr está sabendo esconder tão bem as conversas com a Honda que a Renault ainda acredita que manterá a parceria nos próximos anos. Sem perder tempo, Guy Ligier voltou a criticar os compatriotas, dizendo que seus turbos eram caros demais e que isto estava atrapalhando sua equipe. Faure respondeu dizendo que não poderia fornecer motores de graça só para fazer marketing, concordando que os turbos deveriam ter um limite de custo. Mesmo assim, Lotus e Ligier parecem ser as claras equipes a receberem, em 1987, os motores franceses, enquanto Ken Tyrrell já começa a buscar um novo fornecedor.


Em Monte Carlo, as figuras ilustres sempre estão presentes, sobretudo nos fins de semana de GP. Keke Rosberg, campeão de 1982, convidou o cônsul da Finlândia, enquanto Nelson Piquet trazia sua mãe e seu irmão Geraldo. Guy Ligier trouxe o Ministro do Comércio do Exterior, Michel Noir. Tendo recebido Margaret Thatcher poucos dias antes da prova, a McLaren não teve a mesma ousadia de Stefan Johansson, não convidando a primeiro-ministro. O sueco fez o incrível convite para o Rei Carl XVI Gustav da Suécia, que compareceu (!).

Em relação aos carros, a Ferrari voltou a utilizar os freios Brembro, tendo trazido novas entradas de ar para a prova e um turbo menor para seu motor. Patrick Tambay fará a estreia de seu motor Ford Cosworth turbo, enquanto Philippe Streiff finalmente terá em suas mãos o 015 da Tyrrell, que deve fazer sua estreia. Tendo marcado testes privados em Paul Ricard, Ligier teria em seus carros o patrocínio do pastis da Ricard. No fundo do pelotão, Piercarlo Ghinzani tinha uma nova injeção eletrônica para seu V8t da Alfa Romeo.

E, mais uma vez, a Brabham BT55 foi redesenhada, com os engenheiros de Chessington e Munique trabalhando duro para melhorar a tração das rodas motrizes e no aumento de potência do motor BMW. Resultado? Todos os componentes do motor foram trocados de lugar para uma melhor distribuição de peso. Já em Mônaco, Gordon Murray apresentava um olhar cansado, fadigado, de quem nunca havia trabalhado tanto...


Na quinta-feira, Ayrton Senna marcou o tempo mais rápido enquanto as Williams sofriam com o motor Honda, que deixava, até o momento, Nigel Mansell fora da prova. No segundo dia de treinos, o britânico conseguiria dar a volta por cima, marcando o melhor tempo antes de Alain Prost tomar a pole position com 1:22.627. Senna largaria apenas em terceiro, ao lado de um surpreendente Michele Alboreto na quarta posição.

Gerhard Berger, após o pódio em Imola, era quinto no grid em Mônaco. Riccardo Patrese, para surpresa, mais uma vez, de todos, conquistou o sexto melhor tempo na qualificação. Jacques Laffite era sétimo, Patrick Tambay, com seu turbo Ford, era oitavo, Keke Rosberg, atrapalhado pelo tráfego, apenas nono e Martin Brundle o décimo. Depois de problemas com o seletor de velocidades, além de odiar o circuito, Nelson Piquet era o décimo primeiro.

Ao lado do brasileiro estava René Arnoux, com Philippe Streiff em décimo terceiro e Thierry Boutsen em décimo quarto. Stefan Johansson, que atingiu Jean Sage no pit lane (o francês saiu apenas com uma luxação no ombro) era décimo quinto, ao lado de Teo Fabi. Marc Surer era décimo sétimo, com Alan Jones, que enfrentou problemas de suspensão, em décimo oitavo, Jonathan Palmer conseguiu um incrível décimo nono posto no grid, a frente de Elio de Angelis, último colocado após enfrentar problemas em seu motor BMW no segundo treino.


Na vigésima primeira posição, e fora da corrida, Piercarlo Ghinzani ficou a 0.097s do tempo de de Angelis. Johnny Dumfries, sem experiência e com problemas na transmissão, foi apenas o vigésimo segundo. Huub Rothengatter era vigésimo terceiro e Christian Danner o vigésimo quarto, com ambas as Minardi sofrendo com seu problemático motor Motori Moderni durante todos os treinos. de Cesaris vigésimo quinto e Nannini vigésimo sexto.

A prova de Fórmula 3 naquele fim-de-semana seria vencida por Yannick Dalmas, com Stefano Modena em seguindo e Michel Trollé, no segundo carro da ORECA, em terceiro. Nomes como os de Nicola Larini, Enrico Bertaggia, Maurizio Sandro Sala, Ermano Alboreto, Jean Alesi, Giovanna Amati, Marco Apicella, Julian Bailey, Paul Belmondo, Gary Brabham, Alex Caffi, Martin Donnelly, David Hunt, Kris Nissen e Peter Zakowski também estavam na corrida.

O domingo era de um belo sol, algo que não acontecia desde 1982 para o GP de Mônaco. No Warm-Up, Alain Prost foi o mais rápido com Riccardo Patrese em segundo. O piloto da Brabham vinha surpreendendo cada vez mais com seu problemático BT55. Depois de um vazamento de óleo, Patrick Tambay usaria seu carro reserva. Com problemas em seu JS27, Jacques Laffite deve largar no fundo do pelotão.


Na largada, Prost mantém a liderança com Ayrton Senna pulando em segundo, Nigel Mansell é terceiro, Michele Alboreto quarto, Gerhard Berger quinto e Keke Rosberg (!) sexto. O finlandês fez uma bela partida e já ataca o austríaco da Benetton, que é superado na Mirabeau. Riccardo Patrese caiu para sétimo, seguido por Brundle, Tambay e Nelson Piquet na décima posição.

Com o francês da McLaren abrindo para o resto, Philippe Streiff e Alan Jones se tocam na Tabac. O piloto da Tyrrell consegue voltar perigosamente, após Palmer quase atropelar dois fiscais, enquanto Jones não é permitido que dê a volta pela chicane, tendo que abandonar seu Lola Ford intacto. Com isso, Jacques Laffite já é décimo quinto.

Na volta cinco, René Arnoux supera Thierry Boutsen e é décimo primeiro, logo atrás de um Piquet apagado, que não consegue passar por Tambay e Brundle. Liderando, Alain Prost abre para Senna, que é pressionado por Nigel Mansell, tal como Michele Alboreto por parte de Keke Rosberg. Depois de parar, Teo Fabi é o último colocado.

No giro seguinte, Laffite passa por Surer e vai à caça de Johansson, que seria superado de forma excepcional pelo francês na Rascasse. O velho piloto da Ligier se aproximava da fila de Brundle, Tambay, Piquet e Arnoux quando seu companheiro conseguiu superar a Williams do brasileiro, assumindo o décimo posto. Grande desempenho das Ligier nessa altura da prova.


Depois de lutar com Berger, Riccardo Patrese toma o sexto lugar do austríaco para delírio da Brabham. Na abertura da décima sexta volta, Keke Rosberg passa por Michele Alboreto na reta dos boxes, iniciando sua perseguição a Nigel Mansell, que ainda não consegue superar Ayrton Senna. No giro dezoito, René Arnoux ultrapassa Patrick Tmbay e assume a nona posição.

Rosberg, muito mais rápido do que qualquer outro na pista, se aproxima de Mansell e começa a pressionar o inglês. Alain Prost mantém uma enorme distância para Ayrton Senna, que tenta se livrar da disputa com o inglês da Williams. Na volta vinte e três, Arnoux passa Brundle e abre para o comboio liderado pelo piloto da Tyrrell, com Tambay, Piquet e Laffite. Em último, Fabi para e abandona.

No giro vinte e seis, Keke supera Mansell, que faz sua troca de pneus três voltas depois. Na mesma altura, René Arnoux faz uma dupla ultrapassagem nas ruas de Mônaco: Patrese e Berger ficam para trás. Pressionado, Senna vê Rosberg ir aos boxes para fazer sua parada, voltando logo atrás de Alboreto. Tambay, Patrese e Boutsen também fazem suas trocas, com o italiano caindo para as últimas posições após problemas.

E, no mesmo ponto que antes, Keke Rosberg passa por Michele Alboreto e assume o terceiro lugar. Na volta trinta e cinco, Alain Prost para, marca 9s e sai na segunda posição, atrás de Senna. Dois giros depois, é a vez de Brundle fazer sua parada. Tentando se manter na pista, o brasileiro da Lotus volta a ser atacado por uma McLaren, agora de Prost, antes de fazer sua troca de pneus, retornando atrás de Rosberg, no terceiro posto.


Com problemas pela nona vez consecutiva, Michele Alboreto abandona o GP de Mônaco quando era quarto colocado. A situação da Ferrari é crítica nesse começo de temporada. Outro que também não tem motivos para sorrir é Elio de Angelis, que para nos boxes da Brabham com problemas no motor BMW turbo. Essa seria última corrida do italiano.

Em sexto. Gerhard Berger seria outra baixa importante. Depois das paradas, na volta quarenta e cinco, a classificação era: Alain Prost em primeiro, Keke Rosberg em segundo, Ayrton Senna em terceiro, Nigel Mansell quarto, René Arnoux quinto, Nelson Piquet, com problemas no câmbio, sexto, Jacques Laffite sétimo, Martin Brundle oitavo, Patrick Tambay nono, Stefan Johansson décimo, Thierry Boutsen décimo primeiro, Marc Surer décimo segundo, Jonathan Palmer décimo terceiro e Philippe Streiff décimo quarto. Com problemas, Patrese pararia perto da Tabac tempo depois.

Pressionando Senna, Mansell se vê obrigado a abrandar pelo fato da Lotus do brasileiro estar respingando gostas de óleo na viseira do inglês. Liderando, Alain Prost faz volta mais rápida atrás de volta mais rápida, com Jacques Laffite, na volta cinquenta e um, superando Nelson Piquet na disputa pelo sexto lugar. O brasileiro é muito prejudicado por seus problemas no câmbio.

A Williams faz a troca do bicampeão, que volta entre Brundle e Tambay. Voltas depois, o francês consegue superar Piquet em plena reta dos boxes, deixando claro que a participação do brasileiro, naquela altura, era meramente "para fazer número". Mesmo assim, Nelson volta a passar por Tambay no túnel, uma vez que Ayrton Senna e Nigel Mansell se perdem entre eles.


Segundo colocado da prova, o piloto da Lotus não tem dificuldades para superar os retardatários enquanto Mansell fica preso atrás do trio Brundle, Piquet e Tambay. Na volta sessenta e oito, o brasileiro supera a Tyrrell do britânico e, na tentativa de se beneficiar das bandeiras azuis e da ultrapassagem da Williams, o francês da Haas arrisca na Mirabeau, toca nas rodas do carro de Brundle, levanta voo, passa por cima do cockpit do inglês, capota e bate no guard-rail, escapando ileso do impressionante acidente. O britânico ainda tenta levar seu 015 até os boxes, mas, com o pneu furado, para na Rascasse. A confusão também afetou Mansell, que perdeu muito tempo em relação a Senna.

Depois de sair do cockpit de seu carro, Martin Brundle vê a marca preta em seu capacete branco: é do pneu de Patrick Tambay. Pela segunda vez na carreira, o inglês teve muita sorte em sair com a cabeça intacta de um acidente. Se aproximando do fim, as posições se confirmam.

Alain Prost vence pela terceira vez em Mônaco, com Keke Rosberg em segundo e Ayrton Senna em terceiro. Mansell, Arnoux e Laffite fecham os lugares pontuáveis, enquanto Nelson Piquet era apenas sétimo colocado. Com a presença de sua majestade, Johansson termina na péssima décima colocação, atrás de ambas as Arrows. Streiff e Palmer são os dois últimos classificados.

Com a vitória, Prost toma a liderança do campeonato com vinte e dois pontos. Senna é segundo, Piquet terceiro e Keke Rosberg agora é quarto. Mansell desempata com Berger e assume definitivamente o quinto posto com nove pontos. Laffite e Arnoux tem os mesmos cinco, enquanto Johansson é nono, Brundle décimo, Fabi décimo primeiro e Patrese décimo segundo. Nos construtores, a McLaren abre quase 10 pontos de vantagem para a Williams. Lotus é terceira colocada, Ligier quarta, Benetton quinta, Ferrari sexta, Tyrrell sétima e Brabham oitava.


A próxima prova seria em Spa-Francorchamps, onde ninguém tinha uma referência para saber se os carros iriam chegar ou não até o final...

RESULTADOS:
  1. 1 - FRA - Alain Prost - McLaren TAG-Porsche - 1:55:41.060 - 9pts
  2. 2 - FIN - Keke Rosberg - McLaren TAG-Porsche - +25.022s - 6pts
  3. 12 - BRA - Ayrton Senna - Lotus Renault - +53.646s - 4pts
  4. 5 - GBR - Nigel Mansell - Williams Honda - +1:11.402s - 3pts
  5. 25 - FRA - René Arnoux - Ligier Renault - +1 Volta - 2pts
  6. 26 - FRA - Jacques Laffite - Ligier Renault - +1 Volta - 1pt
  7. 6 - GBR - Nelson Piquet - Williams Honda - +1 Volta
  8. 18 - BEL - Thierry Boutsen - Arrows BMW - +3 Voltas
  9. 17 - SUI - Marc Surer - Arrows BMW - +3 Voltas
  10. 28 - SUE - Stefan Johansson - Scuderia Ferrari - +3 Voltas
  11. 4 - FRA - Philippe Streiff - Tyrrell Renault - +4 Voltas
  12. 14 - GBR - Jonathan Palmer - Zakspeed Racing - +4 Voltas
  13. 3 - GBR - Martin Brundle - Tyrrell Renault - Colisão - OUT
  14. 16 - FRA - Patrick Tambay - Lola Ford - Colisão - OUT
  15. 20 - AUT - Gerhard Berger - Benetton BMW - Porca de Roda - OUT
  16. 27 - ITA - Michele Alboreto - Scuderia Ferrari - Turbo - OUT
  17. 7 - ITA - Riccardo Patrese - Brabham BMW - Bomba de Combustível - OUT
  18.  8 - ITA - Elio de Angelis - Brabham BMW - Turbo - OUT
  19. 19 - ITA - Teo Fabi - Benetton BMW - Freios - OUT
  20. 15 - AUS - Alan Jones - Lola Ford - Colisão - OUT
  21. 21 - ITA - Piercarlo Ghinzani - Osella Alfa Romeo - DNQ
  22. 11 - GBR - Johnny Dumfries - Lotus Renault - DNQ
  23. 29 - HOL - Huub Rothengatter - Zakspeed Racing - DNQ
  24. 22 - ALE - Christian Danner - Osella Alfa Romeo - DNQ
  25. 23 - ITA - Andrea de Cesaris - Minardi Motori Moderni - DNQ
  26. 24 - ITA - Alessandro Nannini - Minardi Motori Moderni - DNQ
Esses foram os pilotos que participaram do GP
Volta Mais Rápida: Alain Prost - 1:26.607 - Volta 51

Curiosidades:
- 424º GP
- XLIV Grande Prêmio de Mônaco
- Realizado no dia 11 de maio de 1986, em Mônaco
- 23º vitória de Alain Prost
- 17º e último pódio de Keke Rosberg
- 40º pódio de Alain Prost
- 100º GP de René Arnoux
- 108º e último GP de Elio de Angelis
- 50º vitória da McLaren
- 20º vitória do motor TAG-Porsche


  • MELHOR PILOTO: Keke Rosberg / Jacques Laffite / René Arnoux
  • SORTUDO: Martin Brundle / Patrick Tambay
  • AZARADO: Johnny Dumfries / Nelson Piquet
  • SURPRESA: Patrick Tambay
Rosberg deu show com uma estratégia diferente das dos ponteiros, conseguindo um impressionante segundo lugar após largar em nono. O resultado só não foi tão incrível como os de Laffite e Arnoux, que, partindo das últimas posições, conseguiram chegar aos pontos. Brundle e Tambay tiveram sorte em não se ferir gravemente na colisão que tiveram, enquanto o francês ainda surpreendia com o ótimo desempenho do motor turbo da Ford numa pista na qual os turbinados não são tão favorecidos. Dumfries, sem experiência e com problemas, piorou sua imagem com a não qualificação, enquanto Piquet passou todo o fim-de-semana lutando para entrar no top ten.


Campeonato de pilotos:
  1. 1 - FRA - Alain Prost - McLaren TAG-Porsche - 22pts
  2. 12 - BRA - Ayrton Senna - Lotus Renault - 19pts
  3. 6 - BRA - Nelson Piquet - Williams Honda - 15pts
  4. 2 - FIN - Keke Rosberg - McLaren TAG-Porsche - 11pts
  5. 5 - GBR - Nigel Mansell - Williams Honda - 9pts
  6. 20 - AUT - Gerhard Berger - Benetton BMW - 6pts
  7. 26 - FRA - Jacques Laffite - Ligier Renault - 5pts
  8. 25 - FRA - René Arnoux - Ligier Renault - 5pts
  9. 28 - SUE - Stefan Johansson - Scuderia Ferrari - 3pts
  10. 3 - GBR - Martin Brundle - Tyrrell Renault - 2pts
  11. 19 - ITA - Teo Fabi - Benetton BMW - 2pts
  12. 7 - ITA - Riccardo Patrese - Brabham BMW - 1pt

Campeonato de construtores:
  1. GBR - Marlboro McLaren International - McLaren TAG-Porsche - MP4/2C - PRO/ROS - G - 33pts
  2. GBR - Canon Williams Honda Team - Williams Honda - FW11 - MAN/PIQ - G - 24pts
  3. GBR - John Player Special Team Lotus - Lotus Renault - 98T - DUM/SEN - G - 19pts
  4. FRA - Equipe Ligier - Ligier Renault - JS27 - ARN/LAF - P - 10pts
  5. GBR - Benetton Formula Ltd. - Benetton BMW - B186 - FAB/BER - P - 8pts
  6. ITA - Scuderia Ferrari SpA SEFAC - Ferrari - F1/86 - ALB/JOH - G - 3pts
  7. GBR - Data General Team Tyrrell - Tyrrell Renault - 014/015 - BRU/STR - G - 2pts
  8. GBR - Motor Racing Developments - Brabham BMW - BT55 - PAT/ANG - P - 1pt
Imagens tiradas do Google Imagens - GPExpert.com.br - F1-History.deviantart.com

sexta-feira, 6 de janeiro de 2017

GP Memorável 79# - San Marino 1986


Duas semanas depois de Jerez de la Frontera, o circo chegava a Itália para o Grande Prêmio de San Marino. Em sua sexta edição, a prova passou a ser um desafio para os pilotos e equipes, que enfrentaram graves problemas de combustível nos últimos dois anos e tinham ainda mais receio que isso se repetisse em 1986, graças ao novo regulamento que diminuía ainda mais o tamanho dos tanques.

Os mostradores de cada carro poderiam evitar outro vexame, mas estes ainda estavam pouco precisos e só haviam trazido problemas, especialmente para o campeão Alain Prost, que terminou o GP da Espanha com incríveis 18 litros de combustível após problema no indicador do carro. Agora, mais confiante, o francês e seu companheiro Keke Rosberg eram favoritos à vitória. Apesar disso, as coisas não andam tão bem dentro da equipe McLaren, com John Barnard criticando a postura do finlandês quando este recebia instruções - sempre de óculos escuro, Rosberg parecia não se preocupar com as palavras do projetista.

Inscrito para a prova, Mauro Baldi não esteve presente em Imola pelo fato de que a Ekström, equipe sueca que estrearia no GP de San Marino, não conseguiu finalizar seu projeto. Era o fim de algo que mal começou...


No fundo do pelotão, a Haas finalmente teria o novo motor turbo Ford Cosworth, inédito na categoria. Empolgado por ter sido escolhido como aquele que traria de volta o Cosworth à Fórmula 1, Alan Jones chegou a dizer que, com esse V6t, poderia conquistar o título de 1987, enquanto Mike Kranefuss era mais cauteloso, não apostando em grandes resultados em 1986. Quem não gostou nenhum pouco da escolha foi Patrick Tambay, sempre mais rápido do que o australiano em testes privados. "Teddy Mayer e Carl Haas deveriam ter pedido dois motores turbo, e não um", indagava o francês.

Felizmente, Tambay estrearia o Ford em Mônaco, sendo assim, esta seria a última prova do motor de Brian Hart, que ainda esperava clientes para a temporada de 1987.

Já as notícias de Frank Williams não são boas, com o inglês não conseguindo recuperar o movimento de seus quatro membros durante essa primeira fase de recuperação. Enquanto isso, sua esposa, Virginia, é quem comanda a equipe, mas quem acaba dirigindo as operações é Patrick Head.

Pela primeira vez, a Zakspeed preparou um segundo carro para o GP. Huub Rothengatter, graças ao seu manager Ben Pon, conseguiu dinheiro o suficiente para comprar uma vaga de volta no grid ao lado de Jonathan Palmer, que criticou a postura da equipe alemã que, segundo ele, só tinha condições de colocar um carro na pista.


Nelson Piquet e Stefan Johansson receberam um novo chassis para a prova, enquanto a Ligier finalmente conseguiu dois motores novos da Renault para Laffite e Arnoux, o que significava que a dupla francesa já teria uma economia de cerca de seis litros durante a corrida. Na Tyrrell, antes da estreia do 015, uma novidade vinda dos patrocinadores: a Kelémata trocou a Osella pelo time inglês.

O BT55 foi novamente revisado, com uma nova suspensão traseira, um novo capô para o motor e novos spoilers. A Benetton foi outra equipe a fazer mudanças na suspensão traseira. Enquanto isso, na Osella, as coisas iam de mal a pior com a chegada do novo FA1H ao circuito Enzo e Dino Ferrari. Detalhe: estava sem pintura e sem motor (!). Giuseppe Petrotta, engenheiro da equipe, não sabia sequer se o carro estaria com um V8t da Alfa Romeo ou um V6t da Motori Moderni. No fim, Enzo Osella foi obrigado a jogar ambos os pilotos, Ghinzani e Danner, novamente, nos carros de 1985, com o velho motor Alfa.

As disputas se estendem aos fornecedores de combustível e pneus, com a Goodyear preparando um novo composto enquanto a Pirelli está preocupada com o fato de sua principal equipe, a Brabham, estar tão mal. No momento, o foco é Benetton e Ligier, mas ambas não tem condições para testar todos os pneus disponíveis. E, diferentemente daquilo que se acreditava, os turbos estão ficando cada vez mais rápidos. Isso graças aos testes em laboratório das marcas BASF, AGIP, Mobil e Elf, que continuam a fornecer combustíveis cada vez melhores.


E pela décima vez em sua carreira, Ayrton Senna conquistou a pole position, com o tempo de 1:25.050, mais de meio segundo mais rápido do que Nelson Piquet, segundo colocado no grid. Mais uma vez, a legalidade do 98T estava em jogo, com faíscas saindo debaixo do carro onde o fundo plano deveria evitar. No fim, com a FISA investigando o caso, Gérard Ducarouge entregou o jogo, tendo usado um truque semelhante ao utilizado pela Brabham no BT49 de 1981, o que era perfeitamente legal.

Nigel Mansell era terceiro, com Alain Prost em quarto e um surpreendente Michele Alboreto em quinto. Keke Rosberg estava apenas na sexta posição, Stefan Johansson, com a outra Ferrari, era sétimo, René Arnoux oitavo, Gerhard Berger nono e Teo Fabi décimo. Mesmo com o motor Hart, Patrick Tambay levou sua Lola até o décimo primeiro posto, ficando ao lado da Arrows de Thierry Boutsen e a frente da Tyrrell de Martin Brundle.

Jacques Laffite tinha um decepcionante décimo quarto lugar, com Marc Surer em décimo quinto, Riccardo Patrese em décimo sexto, Johnny Dumfries em décimo sétimo, Alessandro Nannini com a ótima décima oitava posição, Elio de Angelis em décimo nono e Jonathan Palmer em vigésimo. Fechando o pelotão estava Alan Jones, Philippe Streiff, Andrea de Cesaris, Huub Rothengatter, Christian Danner e Piercarlo Ghinzani.


No Warm-Up, chuva. Jacques Laffite perde outro motor enquanto Martin Brundle roda e bate novamente com seu 015. O inglês deverá voltar com seu velho 014, com a estreia do novo chassis sendo adiado mais uma vez, agora para Mônaco. Apesar da chuva, a pista estaria seca para a largada.

Antes da volta de apresentação, Palmer enfrenta problemas e deve largar dos boxes.

Na partida, Senna mantém a ponta com Nelson Piquet em segundo, enquanto Nigel Mansell enfrenta problemas no motor e larga mal, perdendo posições para Prost e Rosberg. Antes mesmo da Villeneuve, Piquet força em cima de Ayrton Senna e toma a ponta. Mais atrás, Nannini trava as rodas, toca em Laffite e quebra a suspensão. É fim de prova para o jovem italiano.

Na segunda volta, Piquet começa a abrir, enquanto Senna é pressionado pelos McLaren de Prost e Rosberg. Em décimo sétimo, de Cesaris para nos boxes com problemas de motor, voltando na última posição. Depois de problemas na largada, Jonathan Palmer está de volta. Christian Danner é outro que enfrenta problemas e para nos boxes.


No giro seguinte, Mansell para. Os mecânicos tentam resolver o problema no motor Honda e devolvem o britânico à pista, na vigésima segunda posição. Na volta quatro, Prost supera Senna na Villeneuve, seguido por Rosberg, que força a ultrapassagem na Tosa. Agora o brasileiro da Lotus era o quarto colocado, enquanto o compatriota de Williams continuava a abrir para os rivais.

Depois de problemas na classificação e no warm-up, Jacques Laffite supera Johnny Dumfries e entra na briga pela décima primeira posição, com Patrese superando Boutsen. Na volta cinco, Fabi supera Tambay e é oitavo, enquanto, a frente, Rosberg passa Prost e assume o segundo lugar com Piquet tendo cinco segundos de vantagem.

Poucos minutos depois, a corrida do Lola Hart de Patrick Tambay chega ao fim. No sétimo giro, Teo Fabi assume o sétimo posto de Stefan Johansson, que, com problemas no freio, perde posições para Berger e Laffite, que agora era nono. Com o Ford turbo, Alan Jones continua a se recuperar, passando por Surer, Drumfries e Boutsen antes do conde escocês abandonar com problemas na roda.


Liderando com facilidade, Piquet mantém boa distância para Rosberg, que é pressionado por Prost. Perdendo espaço em relação aos McLaren, Ayrton Senna, que enfrenta problemas, começa a ser atacado por Michele Alboreto. Na vigésima posição, Huub Rothengatter também abandona antes de Nigel Mansell, na volta doze, vir aos boxes para se retirar da prova. É o fim para o britânico.

No mesmo giro, Alain Prost supera Keke Rosberg, enquanto Senna começa a andar lento com os mesmos problemas que tiraram seu companheiro da prova. Depois de Mansell, é a vez do brasileiro dar adeus, cedo, ao GP de San Marino. Na volta treze, Rosberg retoma o segundo lugar na mesma altura em que Arnoux vai aos boxes trocar os pneus, retornando na décima segunda posição.

Com problemas no turbo, Laffite abandona, enquanto Jones para com problemas na caixa de câmbio. Depois da parada, Arnoux volta forte, passa por Boutsen e Surer e já é nono na volta dezesseis. Nelson Piquet, na liderança, começa a diminuir a pressão do turbo e perder terreno para Keke Rosberg e Alain Prost. Na luta pela quinta posição, Gerhard Berger supera Teo Fabi na luta interna da Benetton.


Mesmo depois de sua parada, de Angelis estava na décima segunda posição antes de ser traído, novamente, pelo motor BMW de sua Brabham. O italiano mais uma vez abandona. Na mesma volta, Johansson para e volta atrás dos Arrows de Boutsen e Surer. Depois de passar por Patrese, Arnoux ganha o sexto posto de Fabi, que troca os pneus.

No giro vinte e seis, Alboreto para, marca 8.5s e volta ainda na quarta posição. Mais atrás, ambas as Arrows também fazem suas trocas. Liderando e a poucas voltas de sua parada, Nelson Piquet é fortemente pressionado por Keke Rosberg. Na penúltima posição, de Cesaris abandona com problemas no motor.

Na volta vinte e nove, Piquet para e volta na terceira colocação, com Rosberg e Prost assumindo as primeiras posições. No giro seguinte, é a vez do francês fazer sua parada. E, com espetaculares 8.6s de troca, o campeão do mundo retorna a frente da Williams do brasileiro. Lutando pelo sétimo posto, Riccardo Patrese supera Teo Fabi. Desempenho surpreendente da Brabham do italiano.


Na quinta posição, Gerhard Berger também para, mantendo o quinto posto. Liderando sozinho, Rosberg demora para vir aos boxes, e, quando vem, tem uma desastrosa parada de 14s. Alain Prost agora era líder, com o finlandês em segundo e Nelson Piquet apenas na terceira posição. O favoritismo das McLaren estava se confirmando...

Depois da ótima parada, Berger acabaria sendo superado por Arnoux e Patrese, caindo para o sétimo lugar antes de também ser ultrapassado por seu companheiro Teo Fabi. De quinto, o austríaco agora era apenas oitavo, correndo risco de perder mais uma posição para Stefan Johansson. Na última colocação, Jonathan Palmer para com problemas elétricos em seu Zakspeed, e, por incrível que pareça, ainda consegue voltar à prova.

Se recuperando, Johansson passa por ambos os Benetton e é sétimo. Fabi, que forçou demais o motor BMW de seu carro, abandona logo depois de ser superado pelo sueco. Outro abandono é o de Philippe Streiff, que era décimo segundo. Na volta quarenta e seis é a vez de René Arnoux parar logo depois da Tosa com problemas na roda: Riccardo Patrese era quinto! Depois de diversos problemas durante todo o fim-de-semana, Palmer perde o freio e acaba fora da pista e fora da prova.


Restando poucas voltas para o fim, os problemas começam a atrapalhar o desempenho dos pilotos na pista. Alain Prost consegue manter a boa diferença para Rosberg, enquanto Nelson Piquet resiste à pressão de Michele Alboreto. Pressionando Johansson, que tem graves problemas no freio, Berger, que não tem mais a embreagem, supera o escandinavo de forma incrível em ultrapassagem tripla (isso mesmo, o austríaco também passou Brundle e Ghinzani na manobra) e assume o sexto posto no giro cinquenta e quatro.

Com Rosberg economizando combustível, Nelson Piquet se aproxima do finlandês enquanto Michele Alboreto para nos boxes para abandonar com problemas no motor de sua Ferrari. Os tifosi, que tanto haviam comemorado durante a prova, agora se entristeciam com um abandono a quatro voltas do fim. Ainda havia Johansson...

No giro cinquenta e oito, Ghinzani para com problemas, enquanto Piquet ataca fortemente Keke Rosberg, que, sem combustível, para logo depois da Tosa na volta cinquenta e nove. Riccardo Patrese assume a terceira posição com a Brabham! É um resultado incrível para o italiano. Porém, o sonho logo se tornou pesadelo, com Gerhard Berger assumindo o último lugar do pódio e o BT55 lento na pista, sem combustível. Marc Surer também para.

Abrindo a última volta, Alain Prost passa lento na reta dos boxes, com Riccardo Patrese abandonando mais atrás. O trajeto seria feito sem maiores dificuldades para o francês, mas, logo após a Rivazza, seu McLaren começa a parar. Desesperado, o campeão do mundo começa a chacoalhar o carro de um lado para o outro, tentando pegar as últimas gotas de combustível. Em segundo, Nelson Piquet aperta, começa a se aproximar e coloca a vitória do francês em jogo.


Na última chicane, Prost ainda consegue alguma velocidade, mas, quando entra na reta, volta a perdê-la. Gerhard Berger se aproxima, diminuí e apenas segue o francês até a linha de chegada. Alain Prost, conquista uma espetacular vitória em Imola, com Nelson Piquet cruzando na segunda posição e Berger terminando num surpreendente pódio para a Benetton. Stefan Johansson ainda conseguiria fechar em quinto, conquistando os primeiros pontos da Ferrari em 1986, com Keke Rosberg sendo classificado em quinto e Riccardo Patrese (quem diria...) em sexto. Faltou pouco, mas Boutsen e Brundle quase roubaram as posições do finlandês e do italiano...

Depois da corrida, polêmicas. Guy Ligier disse que se os problemas por falta de combustível continuarem a Fórmula 1 estaria condenada. Gérard Crombac, renomado jornalista, ainda disse que a categoria é algo diferente do que correr às ordens de um computador. Jean-Marie Balestre também se pronunciaria, criticando Prost e dizendo que este poderia sair porque haviam outros quarenta pilotos querendo entrar na F1. Mesmo assim, o presidente da FISA entendeu que, para melhorar a segurança, não bastaria diminuir o tamanho dos tanques. Sendo assim, Balestre e Ecclestone começariam a revolucionar a Fórmula 1...

No campeonato de pilotos, Piquet e Senna agora estavam empatados na liderança com 15 pontos. Alain Prost era terceiro, Nigel Mansell o quarto, empatado com Gerhard Berger, Keke Rosberg sexto e Jacques Laffite sétimo. Arnoux e Johansson agora tinham o mesmo número de pontos em oitavo, com Fabi e Brundle em décimo e Riccardo Patrese na décima segunda posição.

Na tabela de construtores, Williams abria 3 pontos para a McLaren, que também tinha 3 pontos para a Lotus. Benetton superou a Ligier e agora era quarta colocada. Ferrari era apenas sexta, Tyrrell sétima e Brabham oitava.


O próximo palco seria Mônaco, nas estreitas ruas de Monte Carlo.

RESULTADOS
  1. 1 - FRA - Alain Prost - McLaren TAG-Porsche - 1:32:28.408 - 9pts
  2. 6 - BRA - Nelson Piquet - Williams Honda - +7.645s - 6pts
  3. 20 - AUT - Gerhard Berger - Benetton BMW - +1 Volta - 4pts
  4. 28 - SUE - Stefan Johansson - Scuderia Ferrari - +1 Volta - 3pts
  5. 2 - FIN - Keke Rosberg - McLaren TAG-Porsche - Falta de Combustível - 2pts
  6. 7 - ITA - Riccardo Patrese - Brabham BMW - Falta de Combustível - 1pt
  7. 18 - BEL - Thierry Boutsen - Arrows BMW - +2 Voltas
  8. 3 - GBR - Martin Brundle - Tyrrell Renault - +2 Voltas
  9. 17 - SUI - Marc Surer - Arrows BMW - +3 Voltas
  10. 27 - ITA - Michele Alboreto - Scuderia Ferrari - Turbo
  11. 21 - ITA - Piercarlo Ghinzani - Osella Alfa Romeo - Falta de Combustível - OUT
  12. 25 - FRA - René Arnoux - Ligier Renault - Roda - OUT
  13. 4 - FRA - Philippe Streiff - Tyrrell Renault - Transmissão - OUT
  14. 19 - ITA - Teo Fabi - Benetton BMW - Motor - OUT
  15. 14 - GBR - Jonathan Palmer - Zakspeed Racing - Freios - OUT
  16. 22 - ALE - Christian Danner - Osella Alfa Romeo - Elétrico - OUT
  17. 15 - AUS - Alan Jones - Lola Ford - Superaquecimento - OUT
  18. 23 - ITA - Andrea de Cesaris - Minardi Motori Moderni - Motor - OUT
  19. 8 - ITA - Elio de Angelis - Brabham BMW - Motor - OUT
  20. 26 - FRA - Jacques Laffite - Ligier Renault - Transmissão - OUT
  21. 12 - BRA - Ayrton Senna - Lotus Renault - Rolamento de Roda - OUT
  22. 5 - GBR - Nigel Mansell - Williams Honda - Motor - OUT
  23. 11 - GBR - Johnny Dumfries - Lotus Renault - Rolamento de Roda - OUT
  24. 29 - HOL - Huub Rothengatter - Zakspeed Racing - Turbo - OUT
  25. 16 - FRA - Patrick Tambay - Lola Hart - Motor - OUT
  26. 24 - ITA - Alessandro Nannini - Minardi Motori Moderni - Acidente - OUT
Esses foram os pilotos que participaram da corrida
Volta Mais Rápida: Nelson Piquet - 1:28.667 - Volta 57


Curiosidades:
- 423º GP
- VI Grande Prêmio de San Marino
- Realizado no dia 27 de abril, em Imola
- 22º vitória de Alain Prost
- 10º pole position de Ayrton Senna
- 1º pódio de Gerhard Berger
- 1º pódio da Benetton
- 49º vitória da McLaren
- 25º volta mais rápida da Williams
- 150º GP da Williams
- 144º e último GP do motor Hart 415T L4
- 1º GP do motor Ford-TEC V6t


  • MELHOR PILOTO: Nelson Piquet
  • SORTUDO: Alain Prost / Gerhard Berger
  • AZARADO: Riccardo Patrese
  • SURPRESA: Michele Alboreto / Stefan Johansson / Riccardo Patrese
Se na Espanha foi Senna, em Imola foi a vez de Nelson Piquet dar show. O brasileiro largou de forma espetacular, tomou a ponta e teve uma corrida fácil até sua parada, que custou a vitória. Prost e Berger tiveram sorte, enquanto o francês conseguiu chegar com as últimas gotas, o austríaco viu todos que estavam a sua frente abandonar para conquistar seu primeiro pódio. Quem vinha surpreendendo era Riccardo Patrese, que, quando estava entre os três melhores, abandonou por falta de combustível. Outro que surpreendeu foi Alboreto que, com sua defasada Ferrari, chegou a lutar pelas melhores posições antes de abandonar, coisa que não aconteceu com Johansson, que quase conquistou um surpreendente pódio.

Campeonato de pilotos:
  1. 12 - BRA - Ayrton Senna - Lotus Renault - 15pts*
  2. 6 - BRA - Nelson Piquet - Williams Honda - 15pts*
  3. 1 - FRA - Alain Prost - McLaren TAG-Porsche - 13pts
  4. 5 - GBR - Nigel Mansell - Williams Honda - 6pts
  5. 20 - AUT - Gerhard Berger - Benetton BMW - 6pts
  6. 2 - FIN - Keke Rosberg - Mclaren TAG-Porsche - 5pts
  7. 26 - FRA - Jacques Laffite - Ligier Renault - 4pts
  8. 25 - FRA - René Arnoux - Ligier Renault - 3pts**
  9. 28 - SUE - Stefan Johansson - Scuderia Ferrari - 3pts**
  10. 3 - GBR - Martin Brundle - Tyrrell Renault - 2pts***
  11. 19 - ITA - Teo Fabi - Benetton BMW - 2pts***
  12. 7 - ITA - Riccardo Patrese - Brabham BMW - 1pt
* empatados
** empatados
*** empatados


Campeonato de construtores:
  1. GBR - Canon Williams Honda Team - Williams Honda - FW11 - MAN/PIQ - G - 21pts
  2. GBR - Marlboro McLaren International - McLaren TAG-Porsche - MP4/2C - PRO/ROS - G - 18pts
  3. GBR - John Player Special Team Lotus - Lotus Renault - 98T - DUM/SEN - G - 15pts
  4. GBR - Benetton Formula Ltd. - Benetton BMW - B186 - FAB/BER - P - 8pts
  5. FRA - Équipe Ligier - Ligier Renault - JS27 - ARN/LAF - P - 7pts
  6. ITA - Scuderia Ferrari SpA SEFAC - Ferrari - F1/86 - ALB/JOH - G - 3pts
  7. GBR - Data General Team Tyrrell - Tyrrell Renault - 014 - BRU/STR - G - 2pts
  8. GBR - Motor Racing Developments - Brabham BMW - BT55 - PAT/ANG - P - 1pt
Imagens tiradas do Google Imagens - GPExpert.com - F1-History.deviantart.com