segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

Gregory, o piloto que comemorava o aniversário a cada 4 anos


29 de fevereiro, dia exclusivo de anos bissextos como este 2016 que vivemos. A Fórmula 1, com seus 66 anos e mais de 500 pilotos, é claro que não conseguiu escapar dessa data. Masten Gregory, apelidado de "The Kansas City Flash", por ter nascido em Kansas, participou de apenas 47 GPs na Fórmula 1, o que foi suficiente para escrever a história.

Carrol Shelby já chamou de "o americano mais rápido de sempre a ir lá e correr num carro de Grand Prix", enquanto o mítico Jim Clark considerava-o seu herói. Se o Brasil teve Chico Landi, os EUA teve Masten Gregory como um dos primeiros a correr regularmente numa jovem categoria chamada pelos europeus de 'Fórmula 1'. Além do mais, ele era um dos raros pilotos que usavam óculos em competições. Sua miopia era tão absurda que Shelby descreveu seus óculos como uma garrafa de Coca-Cola, de tão espessa que era.

Seu pai tinha uma empresa de seguros, mas após a sua morte, a mãe de Gregory acabou decidindo vender o estabelecimento. O dinheiro arrecadado seria dado aos seus três filhos, incluindo Masten, quando completassem 21 anos, mas como o caçula acabou se casando aos 19 anos, sem terminar o último ano de ensino médio, o dinheiro acabou sendo a catapulta para sua vida no automobilismo.

Desde jovem ele já era um grande entusiasta, e, quando comprou um sportscar Allard, um sonho se tornou realidade. Sua primeira corrida foi numa prova SCCA de 50 milhas em Caddo Mills, Texas. Depois de enfrentar problemas, abandonando a corrida, Gregory acabou investindo num motor Chrysler para a próxima prova, em Sebring, também marcado pelo seu abandono.


Em Stillwater, Oklahoma, Masten conquista sua primeira vitória, iniciando uma sequência de interessantes resultados e performances. Sua conquista na Guardsman Trophy (com 50 mil espectadores) e sua desclassificação na base área de Chanute foram seus grandes momentos nesse tempo, antes de ser convidado para participar dos 1000Km de Buenos Aires em 1954. O 14º lugar conquistado, apesar dos problemas enfrentados, não desanimou Gregory.

Seu tamanho e seu peso acabavam mascarando os 22 anos de vida que Masten já tinha, resultando em reclamações de pilotos mais experientes. Mesmo assim, o jovem americano conquistava resultados interessantes em provas de sportscar, como uma vitória em sua classe no trágico Tourist Trophy de 1955. Depois de passar um ano competindo em diversas corridas da SCCA, Gregory chamou atenção ao vencer na Argentina no início de 1957.

em Pescara

Mimo Dei, chefe da Scuderia Centro Sud se interessou pelo norte-americano, contratando-o para o GP de Mônaco de 1957. À bordo de um Maserati 250F privado, lá estava Masten Gregory na décima colocação do grid se preparando para uma das mais importantes provas do mundo. Sem se envolver com confusões, o piloto de Kansas escalava o pelotão se beneficiando dos abandonos, assumindo a quinta colocação há poucas voltas do fim.

Em sua frente? Nada mais nada menos do que Jack Brabham e Mike Hawthorn, que em poucas voltas estariam parando seus bólidos para abrir alas pro jovem estadunidense assumir a terceira posição. Há meros quatro giros do fim, Gregory era terceiro colocado para não perder mais, terminando sua primeira corrida num pódio surpreendente: resultado raríssimo de se acontecer.

Ainda em 1957, Gregory acabaria na oitava colocação no fantástico GP da Alemanha, seguido por um quarto lugar em Pescara e outro quarto posto em Monza, mostrando ao mundo todo seu talento. Ao fim da temporada, Masten havia marcado 10 invejosos pontos com uma equipe privada, quase superando nomes da estirpe de Brooks, Hawthorn e Musso.


A maluquice de se jogar do carro antes dele bater era cometida por Gregory, resultando em inúmeras lesões que quase tiraram-o da temporada de 1958. Seu melhor resultado conquistado em solo foi um sexto lugar no GP de Marrocos, num tempo em que apenas os cinco primeiros pontuavam. Apesar de suas doidices, Masten teve sua grande chance pela Cooper em 1959, sendo o terceiro piloto de Brabham e McLaren.

Em Mônaco, na primeira prova oficial como companheiro de uma dupla incrível da Cooper, Gregory tem um desempenho apagado, abandonando ainda no início da corrida. Semanas depois, em Zandvoort, dá show ao disputar pela vitória com Joakim Bonnier, terminando apenas na terceira colocação após Brabham e Moss se aproximarem de uma potencial vitória.

No GP da França, Masten novamente faz uma corrida marcada pelas suas primeiras voltas, pulando para segundo antes de enfrentar problemas que culminaram em seu abandono. Na Inglaterra ele volta a fazer uma prova apagada, retornando ao bom ânimo em AVUS, no último GP da Alemanha realizado no circuito de Berlim, onde disputou pela vitória com Tony Brooks até seu Cooper ter problemas enquanto liderava.

Brooks e Gregory na "Curva da Morte"

Em Monsanto ele volta a andar bem, superando o companheiro Bruce McLaren para terminar na segunda colocação, seu melhor resultado de todos. Infelizmente, em Goodwood, Gregory volta a velha rotina de 'abandonar o navio' de seu Jaguar, se machucando e ficando impossibilitado de fazer as últimas duas provas da temporada da Fórmula 1. No fim, o americano marcou os mesmos 10 pontos de 1957, terminando em oitavo.

A não-renovação de contrato de 1960 foi um golpe em sua carreira, com o público ficando dividido entre dois motivos: Cooper só inscreveria dois carros em 1960 ou Gregory era mais rápido do que Brabham? Para muitos, o americano era tão rápido quanto o tricampeão do mundo, jamais tendo a chance de mostrar tal talento. Andando consistentemente mais rápido do que McLaren, e no mesmo nível de 'Black Jack', parecia ser estranha a decisão de Cooper ao manter o neozelandês.

Antes de voltar a falar sobre sua carreira nos sportscar, sem muitas condições, Gregory foi um dos primeiros de muitos pilotos que tiveram seus talentos gastos de Fórmula 1 e utilizados com sucesso em provas de resistência. Seus últimos resultados decentes na categoria máxima do automobilismo foi um sexto lugar no GP dos EUA de 1962, um sétimo no GP da Grã-Bretanha também em 1962 e um oitavo no GP da Alemanha de 1965.

Como resultados oficiais não valem muito, Gregory pode ser lembrado por um ótimo desempenho no GP da França de 1962, onde estava perseguindo a terceira colocação de Dan Gurney (futuro vencedor da prova) antes de abandonar. Em sua última prova na Fórmula 1, Masten abandonou enquanto estava nas últimas colocações, fechando uma carreira coroada de azar na categoria. Mesmo assim, havia algo para se orgulhar além dos feitos que já destaquei: Gregory venceu a Kanonloppet (prova extra-oficial na Suécia) de 1962, sua única vitória à bordo de um fórmula.


Sua dedicação ao automobilismo era tão grande que ele se mudou, junto à sua família, para a Itália, perto da fábrica da Ferrari. Enzo ofereceu uma oferta para Gregory, que só não aceitou porque seria o quarto piloto do time italiano. Uma pena...

Apesar de ser ruim para a Fórmula 1, a demissão da Cooper fez crescer o nome de Gregory em provas como as 24 Horas de Le Mans, onde ele teve grandes performances como na edição de 1960, quando estava tão rápido que o helicóptero não o conseguia acompanhar na reta Mulsanne. Quatro anos depois, com algumas vitórias marcantes como nos 1000Km de Nürburgring de 1961, Masten entrou para a equipe da Ford, que tinha o objetivo de bater a Ferrari na tradicional prova de 24h.

Dividindo o GT40 com o ótimo Richie Ginther, Gregory viu o pódio ir pelos ares quando a caixa de câmbio teve problemas. No ano seguinte, pela NART, à bordo de uma Ferrari 250LM e ao lado de Jochen Rindt, o estadunidense finalmente conquistou a vitória de maior importância em sua carreira, as 24 Horas de Le Mans, a primeira em uma prova internacional para a Goodyear e a última da Ferrari na prestigiada prova.


Também em 1965, Gregory se aventurou pela única vez nas 500 Milhas de Indianapolis, se tornando um dos poucos pilotos a participar da Triplíce Coroa do Automobilismo e vencer uma de suas provas. Num BRP Ford, Masten estava na frente de casa e ansioso para mostrar todo seu talento, apesar da 31º colocação do grid.

Na primeira volta, 14 carros já haviam visto a traseira do BRP ultrapassando-os, mostrando que Gregory havia vindo para brigar pela vitória. Infelizmente, problemas no motor fizeram o estadunidense abandonar quando era (pasmem!) quinto colocado. Sua carreira nos sportscar ainda não havia chegado ao fim, conquistando mais e mais vitórias até a edição de 1972 das 24 Horas de Le Mans.

Naquele ano, o já experiente, e amigo de Masten, Jo Bonnier acabou falecendo na corrida, o que abalou o norte-americano que tinha, até então, 40 anos. Gregory jamais anunciou sua aposentadoria, mas deu um tempo para o automobilismo depois da morte do amigo, lembrando outros graves acidentes que havia sofrido durante a carreira, sendo até rotulado como 'destruidor'.

Quando morreu, aos 53 anos, de ataque cardíaco enquanto dormia em sua casa de inverno na Itália, é claro que em nossas memórias havia ficado algumas citações feitas por ele: "Francamente, se eu não fosse para o automobilismo eu teria que fazer alguma coisa que envolvesse perigo, porque é o momento de risco que faz o resto da vida suportável, valioso ou delicioso".


Gregory também é lembrado por outro conto: "Quando eu tinha uns 32 ou 33 anos, isto veio até mim, que até aquele momento da minha vida eu nunca tinha acreditado que eu viveria até os 30. Eu não fiz nenhum plano porque não parecia valer a pena. Stirling Moss me disse categoricamente que eu ia me matar logo depois de chegar à Europa. Todo mundo pensou que eu me mataria, e olhando para trás, eu estou surpreso que isso não aconteceu. Eu estava dirigindo, principalmente, sobre os reflexos. Eu realmente não conhecia nada sobre corridas. Eu só tinha um pouco de habilidade natural, eu acho."

Masten sempre foi um piloto agressivo, alguém que não se preocupava em correr com o pé-embaixo durante a corrida inteira. Seu estilo era único, estando à frente de seu tempo para a qualidade dos pilotos formados pelos EUA até então, caindo no esquecimento até mesmo por muitos moradores de sua cidade natal, que não dão o devido valor a alguém que arriscou a sua vida e escapou da morte ao mesmo tempo em que gravava o nome na história do automobilismo.

Esse era Masten Gregory, um dos milhares de pilotos subestimados pela sua cidade, pelo seu país e pelo mundo, esquecido no tempo como uma foto velha que ninguém gostaria de tirar do baú. Gregory não merecia o tratamento que recebe até hoje...

Fonte: www.atlasf1.com

Imagens tiradas do Google Imagens

LANÇAMENTO: Sauber Ferrari


A Sauber revelou há pouco seu novo bólido: o C35. O último carro dos onze que estarão no grid foi mostrado apenas agora, mostrando o quão grave é a situação da equipe suiça. Apesar de já ter feito algumas temporadas decentes em sua história, conquistando até uma vitória (quando a BMW era sua parceira), muitos apontam para um triste fim da Sauber.

Sem muitas mudanças visíveis, o lançamento do C35 ficou marcado pelo atraso por motivos financeiros, o que pode atrapalhar o desenvolvimento de Felipe Nasr e Marcus Ericsson. Desejo sorte para a dupla, e que o carro seja confiável e tão rápido quanto o antecessor.

Imagens tiradas do site da Sauber

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

A voz nada ativa dos pilotos na Fórmula 1


Este é um post de comentários sem ter, como objetivo principal, informar o público sobre determinados eventos.

O ano é 1982, a McLaren acabara de contratar um homem que já havia ido do céu ao inferno há poucos anos antes, e agora estava de volta para continuar em seu grande sonho. Niki Lauda, que havia passado incólume do auge da guerra FISA x FOCA, voltara para mais uma vez fazer história na Fórmula 1. A estreia estava marcada, e todos os pilotos já estavam em Kyalami.

No início daquele ano, Bernie Ecclestone havia anunciado um novo sistema de emissão de superlicenças para a Fórmula 1, coisa que fez o austríaco se rebelar atomicamente. A decisão poderia atrapalhar a carreira de pilotos que assinavam contratos por corrida ou que acabavam sendo obrigados a trocarem de equipes no meio da temporada. De maneira rápida e esperta, Lauda ligou para Pironi, presidente da GPDA, que comentou sobre o assunto dias antes da prova, no Comitê da FIA.


Em busca de uma solução, Pironi cavou confusão, afirmando que os pilotos não iriam para a pista caso o problema não fosse solucionado imediatamente. Com isso, antes dos treinos livres, um ônibus levou todos os pilotos (com exceção de Jochen Mass) até o hotel Sunnyside, trajeto que teve até uma obstrução dos organizadores com uma Kombi parada na estarda. Solução? Laffite desceu do ônibus, entrou dentro do clássico VW e tirou-o do caminho. Agora seguiam o caminho de 30Km.

O clima era tenso dentro do hotel, com os pilotos acomodados em colchões enquanto Elio de Angelis tocava piano e Niki Lauda tentava quebrar o gelo com um stand-up. A greve dos pilotos já havia entrado para história quando, reza lenda, Teo Fabi pulou a janela do banheiro para escapar do hotel. Após uma nova negociação, os pilotos acabaram voltando para Kyalami, onde participaram do primeiro GP da temporada de 1982. O personagem mais importante, Lauda, terminou na ótima quarta colocação numa prova má transmitida pela TV sul-africana com a vitória de Alain Prost.


Então o que Niki Lauda tem haver com a voz ativa dos pilotos? Quando o austríaco retornou a categoria ficou claro que os ases haviam perdido a força nas negociações, o que sem dúvida prejudicava o espetáculo mesmo depois de duas temporadas de intensa disputa entre o trio Jones, Reutemann e Piquet. E o que está acontecendo atualmente? Hamilton crítica o regulamento, Grosjean reclama da falta de consulta dos pilotos na criação de regras, e diversos outros nomes já se manisfestaram em situações semelhantes.

Os pilotos tem voz, mas falta algo para eles realmente se imporem. A mudança no regulamento se tornou algo tão normal que muitos reclamaram da falta de mudanças nos carros de 2016, e essa mudança constante também evidencia a falta de voz ativa dos pilotos da categoria, deixando aberto a brecha para que os dirigentes comandem totalmente a Fórmula 1.


Até quando gente da estirpe Lewis Hamilton, Sebastian Vettel e Fernando Alonso continuarem apenas miando suas opiniões, nada mudará. Infelizmente falta alguém como Niki Lauda para realmente se impor e bater de frente com os dirigentes cada vez mais birutas da Fórmula 1.

Há meros 7 anos a Fórmula 1 teve uma revolução aerodinâmica; em 2012 vimos os degraus nascerem; em 2014 assistimos carros que tinham sexo definido; e em 2017 veremos uma nova revolução aerodinâmica... Para vocês terem uma ideia de onde quero chegar basta comparar as mudanças que houveram, também num período de oito anos, entre 1980 e 1988. Houve alguma mudança tão impactante além do banimento do efeito solo? Pelo que me lembre, não...


A complexidade das regras já foi comentada por mim há alguns dias, e agora falo a vocês que a falta de voz ativa dos pilotos pode ser um dos motivos disso. É a causa e a consequência! Algo que não havia comentado com vocês antes.

Não estou incentivando nenhuma nova greve, algo que seria horrível para os patrocinados etc, mas acredito que seja necessário algo tão impactante quanto para fazer os dirigentes acordarem e perceberem que não são eles quem fazem os espetáculo.

Pilotos, se vocês continuarem apenas miando em relação as decisões, a Fórmula 1 vai cada vez mais maluca a cada ano (no pior sentido), perdendo audiência e, o pior, os fãs...

Críticas de Hamilton: grandepremio.uol.com.br
Críticas de Grosjean: br.motorsport.com

Imagens tiradas do Google Imagens

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

O que podemos concluir com a primeira semana de testes?


Este é um post de comentários sem ter, como objetivo principal, informar o público sobre os eventos que ocorreram nos testes.

Não é possível fechar um verdadeiro veredito acompanhando apenas a primeira semana de testes, porém eles podem servir para dar-nos uma noção mínima do que está por vim nesta temporada, e é sobre isso que falo hoje.

RESUMO DOS TESTES:

Nesses quatro dias que se passaram, a Fórmula 1 esteve no circuito de Montmeló para seus primeiros testes de pré-temporada na qual todas as equipes, menos a Sauber, já tinham seus carros novos e prontos para correrem. O primeiro dia foi movimentado, com todos acompanhando a chegada das novatas e o provável potencial da Ferrari e da Mercedes.


Sebastian Vettel foi o mais rápido, com Lewis Hamilton sendo apenas segundo colocado tendo 0.470s de diferença para o ferrarista. O tricampeão foi o que mais correu ao final do primeiro dia, 156 voltas, o dobro do alemão. Quem andou bem foi Jenson Button, marcando o sexto melhor tempo enquanto Jolyon Palmer era a decepção do dia ao terminar na última colocação.

Na manhã do dia 22, Max Verstappen enfrentou problemas que comprometeram seus tempos, já que o holandês foi o último colocado mesmo tendo rodado 121 voltas, enquanto Palmer voltaria às últimas posições depois de abandonar ainda no início da tarde. A Mercedes, agora de Nico Rosberg, foi novamente a que mais rodou, sendo 172 giros. O melhor momento do segundo dia foi a estreia dos pneus ultramacios, com Vettel voltando a ser o mais rápido e Ricciardo seguindo-o sendo 0.715s mais lento.


Pascal Werhlein foi ótimo com seu novo carro, conquistando o oitavo melhor tempo a frente de Alonso, Palmer e Verstappen. Em falar na McLaren, o espanhol foi um dos que mais rodou, treinando a confiabilidade do carro da mesma forma da Williams, Mercedes e Toro Rosso. No terceiro dia foi a vez da Force India de Nico Hülkenberg aparecer nos holofotes.

Com Kimi Räikkönen sofrendo problemas no início da manhã (Vettel quebrou no fim do dia anterior), a Renault de Kevin Magnussen surpreendeu após dois dias de problemas, com o dinamarquês marcando um tempo entre os primeiros e andando 111 vezes no circuito catalão. Para poupar seus pilotos a Mercedes decidiu revezar, o que resultou numa quantidade de voltas semelhante aos que já haviam sido marcados. Rosberg quinto, Hamilton oitavo.


Carlos Sainz Jr voltou a andar no seu belo Toro Rosso pintado de azul, passeando 161 vezes pelo circuito de Montmeló. Daniil Kvyat, Felipe Massa, Felipe Nasr e Rio Haryanto finalmente estrearam, com os brasileiros testando a confiabilidade de seus bólidos e com o indonésio rodando para causar uma bandeira vermelha. Depois de dois dias fracos, a Haas conseguiu resolver os problemas na asa para colocar Romain Grosjean na fantástica segunda colocação, fechando o dia por ali mesmo.

Hoje a Mercedes trouxe novos aparatos aerodinâmicos (um deles chamado carinhosamente de Bruce), o que mostra a superioridade da equipe alemã sobre os outros times que ainda testam a confiabilidade. Nessa último dia, Kimi Räikkönen começou cauteloso antes de pegar os pneus ultramacios e cravar o melhor tempo, que se concretizou no resto da tarde com o finlandês enfrentando problemas no radiador.


Também ajudado pelos novos compostos, Kvyat foi o segundo enquanto o jovem Alfonso Celis Jr, de pneus supermacios, conquistou um surpreendente terceiro posto, ultrapassando Kevin Magnussen que enfrentou problemas na parte final do dia. Mesmo assim, a Renault teve um 25 de fevereiro produtivo em busca de confiabilidade. Verstappen e Nasr fecharam em quinto e sexto, ambos ultrapassando a casa de 110 voltas rodadas.

Em busca de quilometragem, a Mercedes viu seus pilotos serem sétimo e oitavo colocados ao fim do dia, com Felipe Massa seguindo-os. Quem voltou a andar bem foi Esteban Gutiérrez que, apesar do décimo tempo, fez várias voltas com o novo carro da Haas. Por último, Haryanto rodou pela segunda vez em dois dias, dessa vez acabando no muro de pneus, e Alonso não conseguiu marcar tempos...


O QUE PODEMOS CONCLUIR?

Primeiramente gostaria de dar ênfase que não há uma conclusão completa formada apenas depois da primeira semana de testes, porém é possível já ter uma miníma noção do que pode vim pelo ano. A Mercedes está um passo na frente das outras equipes, isso, para mim, ficou óbvio ao fim desses quatro dias rodando o equivalente a mais de 10 GPs da Espanha sem nenhum problema ou decepção enfrentado pela equipe, porém, para sabermos o verdadeiro potencial da nova Flecha de Prata, deveremos esperar até semana que vem..

A Ferrari, como no ano passado, veio forte logo na primeira semana de testes, o que por um lado é meio que um blefe. Quando Vettel tentou um longo stint o carro acabou quebrando, enquanto Räikkönen enfrentou problemas na manhã do dia 3 e na tarde do dia 4. Se é para evoluir, um dos quesitos que mais faltou na equipe italiana até agora é confiabilidade. Porém acredito que eles possam crescer ainda mais na próxima semana.


A Williams não fez muito em Montmeló, focando mais nos testes de confiabilidade do que nos tempos, porém Felipe Massa fez algumas críticas sobre esse fraco último dia. Acredito que pouco mudará em relação á 2015, já que a equipe tem um carro quase que idêntico, pelo menos esteticamente, ao do ano passado. O único grande problema que poderá ser enfrentado é uma provável melhora da Red Bull.

A equipe austríaca também não teve tanto destaque, mas Ricciardo foi segundo colocado no dia 2 e Kvyat também terminou na segunda posição ao fim do último dia, o que mostra que a equipe tem um carro em boas condições. O motor até agora não abriu o bico, mostrando que o trabalho da TAG Heuer já vem surtindo efeito.


Já a Force India fez o absurdo de colocar um jovem Alfonso Celis Jr no lugar de sua dupla titular, o que faz eles perderem ainda mais tempo de testes. Quando pegaram o carro, Pérez e Hülkenberg foram bem, inclusive com o alemão liderando o terceiro dia, porém será extremamente importante anotarem pontos no início da temporada, já que a equipe enfrenta problemas financeiros desde o ano passado e isso vem piorando a cada mês que se passa.

Se tem uma equipe que me chamou atenção foi a Toro Rosso, correndo com um lindo carro azul que andou muito bem tanto com Carlos Sainz Jr como com Max Verstappen, que só enfrentou problemas na manhã do segundo dia. Foram ótimas 447 voltas rodadas, deixando o time italiano atrás apenas da Mercedes, o que mostra que a Toro Rosso tem um carro mais confiável do que o do ano passado e talvez mais rápido, já que agora são empurrados com motores Ferrari. Esperemos pela pintura oficial.


A estreante Renault enfrentou problemas nos quatro dias, mais profundamente com Jolyon Palmer, que foi o piloto que menos rodou nessa primeira semana. Com a entrada de Kevin Magnussen no carro, parece que o R.S.16 tem certo potencial para disputar pelas primeiras posições, mas, infelizmente, os tempos marcados na pré-temporada só servem de mera especulação. A grande deficiência da Renault continua sendo o seu motor...

A Sauber acabou correndo com o carro antigo, o que acaba destruindo a chance de se especular sobre seu real potencial. Mas quem sabe, com a ótima captação de informações por parte de Nasr e Ericsson eles possam fazer um bólido melhor do que esperamos. Quem realmente andou bem foi a Manor, com seu MRT05 pintado com as cores da Spirit (1983), ou da Pepsi para alguns, ou até mesmo daquelas borrachas que usamos na escola para outros...


Pascal Wehrlein foi muito bem, além de elogiar o carro e dizer que pontos são possíveis já na estreia em Melbourne. Enquanto isso, Rio Haryanto vem cumprindo as expectativas de muitos: rodou duas vezes em dois dias. Algo que gostaria de destacar sobre a Manor foi dita por um de seus diretores: "Nós nunca vamos ser uma equipe grande - nós não queremos ser uma equipe grande". Que ótimo! Uma nova Minardi para torcermos...

Quem foi destaque apenas por ser novata foi a Haas, que, além de perder o bico em plena reta no primeiro dia, teve como melhor momento o segundo lugar conquistado por Romain Grosjean no terceiro dia. Alguns problemas normais de serem enfrentados por estreantes aconteceram, mas isso não diminuiu as expectativas da equipe e menos ainda as expectativas do paddock, já que Franz Tost, chefe da Toro Rosso, espera por um briga direta com a equipe americana.


No fim, a McLaren andou menos do que a Haas, com Fernando Alonso dando apenas três voltas no último dia antes de enfrentar problemas. Se bobear, até a Renault vai conseguir superar a equipe de Woking em 2016. A demissão tardia de Yasuhisa Arai do comando da Honda mostra o caos que deve estar dentro da montadora japonesa. Lamentável...

Para terminar, quero deixar claro que muito disso poderá ser considerado mera especulação, mas se existe alguma coisa que podemos concluir sobre essa primeira semana, eu acabei de comentar com vocês. Obrigado por ler!

Imagens tiradas da página da FIA

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016

CONFIRMADO: Um novo formato para o treino de qualificação


E a festa de pirações continua com os dirigentes da Fórmula 1 cada vez mais malucos em suas escolhas. A última? Mais uma mudança no formato dos treinos de qualificação, algo que ultimamente não vem agradando muito os fãs, inclusive eu. Inicialmente a ideia de eliminação parece ser boa, mas quando você começa a entrar mais no assunto, saber mais sobre, você percebe que é tudo que os fãs não querem.

Mais complicações atrás de complicações. O sábado vem se tornando cada vez mais complexo com regras cada vez mais malucas, que mais atrapalham do que ajudam o espetáculo. Muitos podem falar bem sobre o formato, gostar dele, mas logo perderá a graça, cairá em desuso, e essas mesmas pessoas que elogiaram passarão a criticar da mesma forma que aconteceu com o formato que está em vigor desde 2006.

Os treinos ficarão ainda mais monopolizados com a Mercedes

O Q1 passará a ter 16 minutos, com a primeira eliminação ocorrendo apenas no minuto 7, e passando a acontecer a cada minuto e meio. Os quinze restantes vão para o Q2 de 15 minutos, que só terá o primeiro eliminado no 6º minuto seguindo o mesmo processo da sessão anterior. No Q3, com apenas oito carros, o tempo para a primeira eliminação será de 5 minutos, seguindo com as eliminações por minuto e meio até sobrarem apenas dois carros para disputarem a pole position.

Como ficaria Spa-Francorchamps no meio disso tudo? Vão simplesmente tira-lo do calendário para resolverem o problema de maneira ainda mais polêmica?

Conseguiu entender? Da mesma forma que eu, acredito que sim... Mas não achou meio complexo? Já vi muitos fãs e até pilotos reclamarem dessa complexidade de regras na Fórmula 1:

Q1 - 16 minutos ---> 7min para a primeira eliminação ---> 1:30s para cada eliminação até restar 15 carros
Q2 - 15 minutos ---> 6min para a primeira eliminação ---> 1:30s para cada eliminação até restar 8 carros
Q3 - 14 minutos ---> 5min para a primeira eliminação ---> 1:30s para cada eliminação até restar 2 carros

Nos últimos anos parece que todos os dirigentes, em busca de soluções, acabam criando problemas ainda maiores com suas loucuras. É raro vermos alguma ideia decente que realmente possa dar certo, e quando existe uma, ela não é aprovada. Preferem dar espaço para coisas como esse novo formato do que para soluções de verdade. No começo poderá ser emocionante, mas depois muitos irão perceber que será impossível acontecer novamente algo como a pole position de Felipe Massa e Giancarlo Fisichella na Áustria, em 2014 e 1998, respectivamente.

Teo Fabi foi pole no GP da Alemanha de 1985 graças ao seu tempo no Q1

Proponho um novo formato para os fins de semana! Pode não ser tão incrível, mas acredito que sua simplicidade poderia dar certo:

Tarde da sexta-feira: Q1 com 30 minutos de duração - Tudo liberado (aumente pressão de turbo e corra com quinhentos pneus que quiser...).

Tarde de sábado: Q2 com 30 minutos de duração - Pressão do turbo deverá ser aumentado ao máximo, com todos os pilotos sendo obrigados a correr com o jogo extra de pneu mais macio do fim-de-semana. No mínimo 10 tentativas (caso contrário, punição) e no máximo 15.

Grid: Será definido com o melhor tempo de cada piloto, ou no Q1 ou no Q2, como antigamente.

Manhã de domingo: Warm-Up de 1 hora - Basicamente um treino livre antes do início da corrida.

Tarde de domingo: Corrida!


Pronto! A única coisa que eu pensaria em adicionar seria um treino livre com duração de 1 hora na manhã de sexta-feira. Já reclamaram por ser monótono e reclamariam se fosse muito movimentado. O público reclama por qualquer coisa, isso é inegável. Daí a FIA vai lá e faz essa m*rda ficar ainda mais cag*da. Parabéns aos envolvidos.

Para terminar, acho que existe pouca coisa boa para tirarmos desse novo sistema de treino...

Imagens tiradas do Google Imagens

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

LANÇAMENTO: Force India


A Force India foi mais uma das equipes que revelou seu novo bólido hoje de manhã. O VJM09, como todos os outros do grid, é uma evolução do anterior, que tentará levar a equipe indiana aos mais belos resultados de sua história. A ótima dupla formada por Sergio Pérez e Nico Hülkenberg pilotará o bólido negro e prateado.

Imagens tiradas do site da Force India

LANÇAMENTO: Manor Mercedes


E como eu previ na página do facebook, a Spirit, quer dizer, Manor, veio com um belíssimo azul e vermelho com alguns pequenos detalhes brancos. O MRT05 veio para trazer os primeiros pontos da nova equipe, que finalmente lançou seu primeiro chassis de Fórmula 1. Pascal Wehrlein e Rio Haryanto serão os pilotos do belo bólido da equipe britânica, com o alemão tendo o maior potencial para alcançar o top ten.

Imagens tiradas do Twitter da Manor

LANÇAMENTO: Scuderia Toro Rosso


Cada vez mais distante da irmã Red Bull, a Scuderia Toro Rosso apresentou o STR11 com uma lindíssima pintura azul que provavelmente já não estará, em sua maior parte, no carro para o GP da Austrália. De qualquer forma, é visível algumas pequenas mudanças no mamilo, por exemplo, mas o que mais chama a atenção é a pintura, que sem dúvida é uma das mais belas vistas nos últimos anos.

Imagens tiradas do Twitter da Scuderia Toro Rosso

domingo, 21 de fevereiro de 2016

A chegada mais apertada da história da Fórmula 1


Grande Prêmio da Itália de 1971. Fim da 47º volta: Ronnie Peterson lidera com François Cevert, Chris Amon, Mike Hailwood e Howden Ganley. A disputa é feroz, com os pilotos disputando a liderança em todas as curvas do veloz circuito de Monza que, na época, não tinha chicanes. March, Tyrrell, Matra, Surtees e BRM estão todas no páreo pelo vitória, isso com a equipe do "Tio Ken" prestes a se tornar campeã de construtores - efeito Monza...

Até aquele 5 de setembro, um britânico chamado Peter Gethin só havia tido fracassos na Fórmula 1, mesmo correndo na crescente McLaren ao lado de Denny Hulme. Bruce McLaren havia morrido em Goodwood, e Gethin havia sido escolhido como substituto, porém jamais apresentara um grande potencial, tendo conquistado apenas um sexto lugar no GP do Canadá de 1970.

Para piorar, o M19A não era tão bom quanto seu antecessor, com o campeão de 1967 sofrendo para terminar uma prova e Gethin se arrastando no fundo do pelotão. Seus péssimos desempenhos com a equipe que havia-o colocado no automobilismo mundial, primeiramente na Can-Am, culminaram numa demissão. Porém, a morte de Pedro Rodríguez fez a BRM procurar um novo piloto para seu cockpit, e como o britânico buscava uma nova casa, a proposta foi inevitável.

Em foco, Gethin e Ganley

A estreia foi na Áustria, onde terminou na décima colocação enquanto Jo Siffert, seu companheiro, largou na pole e venceu a prova. Mesmo após o fraco desempenho, Gethin estava preparado para a prova mais veloz do calendário em Monza, onde conquistou uma interessante 11º colocação no grid (com o suiço sendo terceiro colocado).

Na prova, Peter vê o tetracampeão de motociclismo Mike Hailwood recuperar posições de maneira fantástica, assumindo o quarto posto ainda nas voltas inicias, entrando na disputa pela vitória após largar na DÉCIMA SÉTIMA COLOCAÇÃO. Nesse momento, Gethin era apenas oitavo, entre Chris Amon e Jackie Oliver.

E como tudo podia acontecer em Monza naqueles tempos, as Ferraris de Jacky Ickx e Clay Regazzoni, além da Tyrrell do campeão Jackie Stewart, acabaram abandonando, deixando a disputa para Peterson, Cevert, Hailwood, Siffert e Ganley. O suiço, há mero mês antes de sua morte, estava liderando quando começou a ter problemas na caixa de câmbio.

O crescente Chris Amon entra na briga, voltando a ter esperanças de conquistar sua primeira vitória. Enquanto isso, Peter Gethin começa a tirar a diferença para os cinco primeiros, tendo Howden Ganley já nos olhares na 47º volta, onde paramos no início do post...

Gethin perseguindo Amon

Depois de um giro assustadoramente apertado entre os primeiros, Amon começa a perder desempenho propositalmente, temendo um acidente. Gethin entra na briga duas voltas depois, ultrapassando Ganley e Cevert para ser terceiro colocado. Na volta seguinte, é Hailwood que lidera com Peterson e Gethin logo atrás. No próximo giro é o piloto da BRM que assume a primeira colocação, liderando a primeira volta de sua carreira!

No 53º giro, Hailwood é ultrapassado por Cevert, que assume a terceira posição. Na penúltima volta, Peter Gehtin perde a liderança e cai para a quarta colocação, com Peterson liderando Cevert e Hailwood.

55º volta! É Cevert que lidera com Peterson e Gehtin sendo as maiores ameaças: Ganley tenta atacar Hailwood. Estamos no último giro, prestes a entrar na última curva, com Ronnie assumindo a ponta e Peter fazendo uma manobra arriscada, freando tarde e indo para a parte de dentro. Saindo da Parabólica: Peterson lidera Gethin, Cevert, Hailwood e Ganley.

Temendo um erro da cronometragem italiana, Gethin ergue o braço
para sinalizar que é o primeiro colocado.

É Peter Gethin que assume a liderança! Ronnie Peterson perdeu tempo ao sair de lado na parte de fora da Parabólica. Mesmo assim, o sueco está próximo do britânico, saindo do vácuo para a ultrapassagem há metros da linha de chegada... A bandeira quadriculada começa a ser balançada, e Gethin, receoso pela cronometragem italiana, ergue e braço e cruza na primeira colocação - Vitória com apenas três voltas lideradas, entre elas a última!


A diferença entre os cinco primeiros?
Peter Gethin - 1:18:12.60
Ronnie Peterson - +0.01s
François Cevert - +0.09s
Mike Hailwood - +0.18s
Howden Ganley - +0.61s

Assim, o GP da Itália de 1971 entrou para a história por ter a menor diferença entre o primeiro e o segundo colocado e entre o primeiro e o quinto colocado. Incrível!


Semanas depois, no Canadá, Peter Gethin voltaria às últimas colocações, participando ainda das temporadas de 1972, 1973 e 1974 da Fórmula 1. E como hoje seria seu aniversário, tendo participado de 30 GPs, liderando suas únicas três voltas em Monza, e conquistado meros onze pontos, decidi contar um pouco da história desse britânico que morreu em 2011, por causa de um tumor cerebral...

Para assistir um dos melhores Grandes Prêmios da história, eis o link:
www.youtube.com/watch?v=5_GVEMo7mVY

Imagens tiradas do F1-History.deviantart.com - Google Imagens - GPExpert.com

LANÇAMENTO: Haas Ferrari


A Haas prometeu que entrará forte em 2016, e com uma interessante dupla formada por Romain Grosjean e Esteban Gutierrez, pontos podem ser possíveis durante todas as 21 etapas programadas. O VF-16 foi revelado há pouco, com uma surpreendente pintura que mistura branco e preto com alguns detalhes em vermelho.

Mais algumas imagens:

Imagens tiradas do Twitter da Haas.

LANÇAMENTO: McLaren Honda


A McLaren acabou deixando vazar fotos horas antes do lançamento programado, o que não mudou muita coisa com o carro sendo uma simples evolução do fracassado MP4/30. O novo MP4/31 tem poucas mudanças como o W07 e o FW38, mas será extremamente importante para vermos se a Honda evoluiu e o que ela poderá dar para Alonso e Button.

Imagens tiradas de www.mclaren.com

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2016

Fórmula 1 - 1985


Vindo de uma temporada dominada pelas McLarens, tudo que o fã queria ver era alguma equipe surgir para batalhar com o pessoal de Woking, porém, 1985 ainda não parecia ser esse ano, mesmo com a evolução da Williams Honda, o crescimento da Lotus ao contratar Ayrton Senna e a maior confiabilidade da Brabham de Nelson Piquet.

EXPECTATIVAS

Para 1985, a McLaren mantinha seu time de outro que havia alcançado o título em 1984, com John Barnard preparando uma versão melhorada do MP4/2 e Alain Prost ao lado de Niki Lauda se mantendo como pilotos. É, parece que o domínio iria continuar...

Em busca da participação no campeonato de 1985, a Tyrrell tentou de tudo para resolver o problema do banimento aplicado pela FISA, mas, apenas quando a FOCA mostrou sua força, a equipe do Tio Ken conseguiu voltar ao grid, conseguindo também, graças à Bernie Ecclestone, fornecedoras de motor e pneu, o que significara uma troca de Ford para Renault no meio da temporada, quando o novo 014 estivesse pronto. Até lá, Brundle e Bellof continuariam com o velho 012 de 1983.


A Williams vinha com o FW10, evoluído do FW09B, tendo uma nova pintura, um novo piloto e maiores ambições. O motor Honda havia evoluído, mas ainda não atingira seu grande potencial, deixando Keke Rosberg e Nigel Mansell na mão pelo menos no início da temporada, com grandes esperanças para a partir de Mônaco.

A Brabham mantinha suas esperanças em Nelson Piquet, agora com a BMW prometendo um motor mais confiável para o BT54 desenvolvido pelo velho conhecido Gordon Murray. A nova parceria com a fornecedora de pneus Pirelli parecia ser mal negócio se relacionado com os últimos anos da marca italiana, porém, com os rigorosos testes realizado no Rio de Janeiro e em Kyalami parecia que tudo podia sair bem. Com a Parmalat dando mais liberdade à equipe, a escolha, chocante e estranha, foi de François Hesnault para ser segundo piloto.


A RAM tinha boas esperanças para 1985, aposentando o terrível 02 e contratando dois homens da falecida ATS: Gustav Brunner (projetista) e Manfred Winkelhock (piloto). Depois de alguns testes correndo com um belo verde predominante, ficou claro que a equipe havia evoluído e poderia sonhar mais alto em 1985, com Philippe Alliot mantendo-se como piloto.

Uma pré-temporada satisfatória para a Lotus animou os seus pilotos Ayrton Senna e Elio de Angelis para 1985, com a equipe se beneficiando do velho contrato da Goodyear, enquanto a McLaren ainda teria que se acostumar com a nova borracha, parecia que o novo 97T de Gerard Ducarouge foi uma ótima evolução se comparado ao de 1984.

O inverno havia sido difícil para Renault, que tomou outro grande golpe depois do fraco 1984 sem vitórias, algo que não acontecia desde 1978. A equipe francesa mantinha Patrick Tambay e Derek Warwick como seus pilotos, contratando um inexperiente Gerard Toth para substituir Gerard Larrousse, o que atrapalhava ainda mais o desenvolvimento do novo RE60.

Johansson testando pela Toleman

Depois da parceira com a BMW ter apresentado poucos frutos na temporada de 1984, a Arrows esperava mais com seu novo chassis feito inteiramente de fibra de carbono, o A8. Com Thierry Boutsen se mantendo na equipe, e Marc Surer sendo mandado embora, Gerhard Berger assumia o carro número 17#.

A Toleman foi outra equipe que sofreu no inverno. Mesmo com seu novo TG185 já pronto, com Stefan Johansson contratado para ser primeiro piloto e John Watson sendo chamado para correr ao seu lado, a equipe ainda não tinha uma fornecedora de pneus: Michelin se retirou, Pirelli negou o pedido depois da discussão em 1984 e a Goodyear não revelou as causas. Mesmo após testar com pneus Avon, é difícil saber quando a Toleman fará sua estreia.

Sofrendo a cada prova, Spirit resistiu ao inverno europeu e participaria da temporada, mesmo com uma equipe tendo um número menor de funcionários a cada fim-de-semana. Mauro Baldi prestaria seus serviços até quando for possível, podendo ser mandado embora por causas financeiras. John Gentry desenvolveu o novo chassis 185T da Alfa Romeo, que ainda esperava melhores resultados com Patrese e Cheever depois de um fraco 1984.

Watson testando pela Toleman

Ainda usando o FA1F de 1984 nas primeiras etapas, apenas Piercarlo Ghinzani estaria esperando pelo novo FA1G, já que Jo Gartner acabou não conseguindo sua vaga na Toleman e decidiu focar na sua carreira nos sportscar. A Ligier passou a usar os pneus Pirelli, com Larrouse e Tetu chegado ao time com esperanças de melhora com o novo JS25 guiado por Andrea de Cesaris e pelo velho Jacques Laffite, de volta à equipe.

O chassis 126 finalmente foi abandonado, e as esperanças de bons resultados para o jovem Michele Alboreto e para o francês René Arnoux voltaram depois dos ótimos testes do 156/85. Nessa temporada, haveria uma nova equipe italiana para tentar a sorte na Fórmula 1, a famosa Minardi, que já tinha participações em categorias menores e andava crescendo.

Giancarlo Minardi arranjou um contrato com os motores Motori Moderni, desenvolvidos pelo ex-Alfa Romeo Carlos Chiti. O M185 foi projetado por Giancomo Caliri, tendo como piloto o talentoso italiano Alessandro Nannini, que mais tarde perderia vaga depois de ter a superlicença negada. A opção que sobrara para Minardi foi Pierluigi Martini, que havia testado pela Brabham e participado do GP da Itália de 1984 pela Toleman.

Winkelhock andou de Zaks antes da temporada começar

Erich Zachowski desenvolvia carros da Ford para corridas na Alemanha, e com isso esperava certo apoio da marca estadunidense, porém o alemão teve que apelar para motores depois que as negociações não deram certo. Testes com Winkelhock e Palmer foram feitos, com o piloto escolhido sendo o britânico, que guiaria o belo 841 apenas nas etapas europeias, quando a Zakspeed ganharia o patrocínio da West, deixando de usar o belo prata, azul e vermelho que vimos nos testes.

A última estreante no certame era a americana Beatrice Lola, comandada por Carl Haas, com participação até do grande Teddy Mayer. Alan Jones foi o piloto contratado para levar a equipe á glória, tendo o chassis desenvolvido pelo grupo FORCE, com motores Hart e pneus Goodyear. Uma ótima combinação que poderia dar bons frutos a partir de 1986, quando passariam a participar de todos os GPs.

GRANDES PRÊMIOS

Grande Prêmio do Brasil - Jacarepaguá - 5, 6 e 7 de abril de 1985
Pole position: Michele Alboreto - Scuderia Ferrari
Vencedor: Alain Prost - McLaren TAG-Porsche
Com a abertura da temporada mais uma vez no Rio de Janeiro, o principal problema dos pilotos se tornava o forte calor brasileiro, deixando a prova ainda mais tumultuada com Nigel Mansell, Keke Rosberg e Michele Alboreto abrindo caminho para outra vitória de Alain Prost, com René Arnoux marcando seus últimos pontos pela Ferrari, antes de sair da equipe.


Grande Prêmio de Portugal - Estoril - 19, 20 e 21 de abril de 1985
Pole position: Ayrton Senna - Lotus Renault
Vencedor: Ayrton Senna - Lotus Renault
No retorno de Stefan Bellof à categoria, com Stefan Johansson assumindo o cockpit da Ferrari e a Zakspeed estreando, Ayrton Senna volta ao local onde havia conseguido sua melhor posição de largada, conquistando a pole position. No domingo, com forte chuva, o brasileiro fez prova impecável para vencer sua primeira prova, com Stefan Bellof sendo outro grande nome conquistando um sexto lugar.


Grande Prêmio de San Marino - Imola - 3, 4 e 5 de maio de 1985
Pole position: Ayrton Senna - Lotus Renault
Vencedor: Elio de Angelis - Lotus Renault
Numa das melhores provas da temporada, Ayrton Senna duelou com Elio de Angelis, Michele Alboreto e Alain Prost para caminhar pra sua segunda vitória, perdendo-a depois que o combustível de sua Lotus chegou ao final. Johansson fez grande prova de recuperação e vinha para vencer no lugar de Senna, mas o mesmo azar atingiu o sueco enquanto Alain Prost assumia a liderança para conquistar a vitória. Horas mais tarde, o francês foi desclassificado cedendo a conquista para Elio de Angelis, com Thierry Boutsen e Patrick Tambay fechando o pódio.


Grande Prêmio de Mônaco - Monte Carlo - 16, 17, 18 e 19 de maio de 1985
Pole position: Ayrton Senna - Lotus Renault
Vencedor: Alain Prost - McLaren TAG-Porsche
Ayrton Senna mais uma vez era o poleman no GP que marcava o retorno da Toleman depois da desistência da Spirit, porém o brasileiro acabou não conseguindo completar a prova marcada pelo acidente entre Riccardo Patrese e Nelson Piquet além da grande performance de Michele Alboreto, que perdeu a vitória por causa de seu azar. Andrea de Cesaris fez grande prova e terminou em quarto.


Grande Prêmio do Canadá - Montreal - 14, 15 e 16 de junho de 1985
Pole position: Elio de Angelis - Lotus Renault
Vencedor: Michele Alboreto - Scuderia Ferrari
Mesmo com a Lotus dominando a primeira fila, as duas Ferrari acabaram por conquistar o GP do Canadá, com Michele Alboreto sagrando-se vencedor com Stefan Johansson e Alain Prost fechando o pódio. Keke Rosberg e Nigel Mansell começavam a engatinhar no campeonato, conquistando mais alguns pontinhos em Montreal.


Grande Prêmio dos EUA - Detroit - 21, 22 e 23 de junho de 1985
Pole position: Ayrton Senna - Lotus Renault
Vencedor: Keke Rosberg - Williams Honda
Em outra grande prova de 1985, ambas as Tyrrell voltam a surpreender nas esdrúxulas condições do circuito de Detroit, com Martin Brundle guiando magnificamente até ser atingido por Philippe Alliot, quando estava na quarta colocação. Stefan Bellof também não fez feio, seguiu o companheiro e assumiu seu posto, terminando colado em Michele Alboreto. Rosberg e Mansell fizeram grande prova, porém foi o finlandês que conseguiu terminar e vencer o grande prêmio...


Grande Prêmio da França - Paul Ricard - 5, 6 e 7 de julho de 1985
Pole position: Keke Rosberg - Williams Honda
Vencedor: Nelson Piquet - Brabham BMW
A parceira entre Brabham e Pirelli daria o primeiro grande resultado apenas no meio da temporada, em Paul Ricard, quando o calor beneficiou os compostos italianos. Num fim-de-semana marcado pela estreia do bólido turbo da Tyrrell para Martin Brundle e a apresentação do RE60B da Renault para Patrick Tambay, Nigel Mansell acabou não participando da corrida depois de sofrer forte acidente no último GP da França realizado no layout original de Paul Ricard.


Grande Prêmio da Grã-Bretanha - Silverstone - 19, 20 e 21 de julho de 1985
Pole position: Keke Rosberg - Williams Honda
Vencedor: Alain Prost - McLaren TAG-Porsche
Com a disputa pelo título começando a esquentar, e sem Lauda, o GP da Grã-Bretanha viu Keke Rosberg fazer uma volta fantástica para cravar a pole, não se beneficiando numa corrida marcada pela lentidão do Tyrrell Ford de Bellof e pela fenomenal largada de Ayrton Senna, liderando boa parte da prova até abandonar com problemas na injeção. Andrea de Cesaris também vinha tendo ótimo desempenho, mas quem alegrou a Ligier foi o velho e bom Jacques Laffite, que conquistou um fantástico pódio.


Grande Prêmio da Alemanha - Nürburgring - 2, 3 e 4 de agosto de 1985
Pole position: Teo Fabi - Toleman Hart
Vencedor: Michele Alboreto - Scuderia Ferrari
50 anos depois da memorável edição de 1935, o GP da Alemanha voltava a ser realizado em Nürburgring, com o público aguardando uma prova tão disputada quanto aquela que sagrou ainda mais a carreira de Tazio Nuvolari. À bordo de um carro vermelho com o logo de Enzo Ferrari pintado ao seu lado, Michele Alboreto venceu a prova que marcava a estreia do 014 para Stefan Bellof. Jacques Laffite duelou com Nigel Mansell bravamente para conquistar um segundo pódio consecutivo. Isso que não falei da pole da Toleman...


Grande Prêmio da Áustria - Österreichring - 16, 17 e 18 de agosto de 1985
Pole position: Alain Prost - McLaren TAG-Porsche
Vencedor: Michele Alboreto - Scuderia Ferrari
Com o circo estando mais vazio sem Manfred Winkelhock, morto na última semana em decorrência de seu acidente em Mosport, a RAM anunciava Kenny Acheson como seu piloto substituto. Ghinzani, vindo da Osella, estreava como companheiro de Fabi enquanto Alain Prost fazia um fim-de-semana impecável para vencer e assumir a ponta do campeonato, empatado com Michele Alboreto.


Grande Prêmio da Holanda - Zandvoort - 23, 24 e 25 de agosto de 1985
Pole position: Nelson Piquet - Brabham BMW
Vencedor: Niki Lauda - McLaren TAG-Porsche
A partir do GP da Holanda, Michele Alboreto passaria a perder o controle da situação, com a Ferrari entrando de cabeça numa forte crise. Quem surpreendeu na prova foi Niki Lauda, que finalmente teve condições para batalhar pela vitória, segurando Alain Prost até o final da corrida para vencer pela última vez.


Grande Prêmio da Itália - Monza - 6, 7 e 8 de setembro de 1985
Pole position: Ayrton Senna - Lotus Renault
Vencedor: Alain Prost - McLaren TAG-Porsche
Uma semana depois de mais uma triste perda, agora do promissor alemão Stefan Bellof, o circo estava em Monza. Mesmo com Keke Rosberg e Nigel Mansell dando show, o motor Honda de suas Williams acabaram cedendo a vitória para Alain Prost, enquanto Nelson Piquet finalizava em segundo e Ayrton Senna passava sufoco para segurar a última posição do pódio em cima de Marc Surer. Alboreto, que vinha para o quarto lugar, abandonou...


Grande Prêmio da Bélgica - Spa-Francorchamps - 13, 14 e 15 de setembro de 1985
Pole position: Alain Prost - McLaren TAG-Porsche
Vencedor: Ayrton Senna - Lotus Renault
Depois de quase ser cancelado por falta de estrutura, o GP da Bélgica passou para o meio do mês de setembro, quando nem Bellof, nem Winkelhock e nem Palmer estavam no circo. Christian Danner foi chamado para substituir o britânico, enquanto Ayrton Senna dava show embaixo de chuva para conquistar sua segunda vitória, com Mansell chegando em segundo: seu melhor resultado até então.


Grande Prêmio da Europa - Brands Hatch - 4, 5 e 6 de outubro de 1985
Pole position: Ayrton Senna - Lotus Renault
Vencedor: Nigel Mansell - Williams Honda
Na melhor prova de 1985, Nigel Mansell conquistou sua primeira vitória após se beneficiar do toque entre Ayrton Senna e Keke Rosberg, que também tirou Nelson Piquet da corrida. Outros que deram show foram Jacques Laffite e Marc Surer, que sequer terminaram o GP, que ficou marcado por dar o primeiro título da Fórmula 1 para a França, quando Alain Prost fechou na quarta colocação depois do abandono de Michele Alboreto.


Grande Prêmio da África do Sul - Kyalami - 17, 18 e 19 de outubro de 1985
Pole position: Nigel Mansell - Williams Honda
Vencedor: Nigel Mansell - Williams Honda
O controverso GP da África do Sul de 1985 viu Nigel Mansell conquistar sua segunda pole position, algo que não garantiu sua vitória no domingo, já que, com apenas 20 carros conseguindo largar, Keke Rosberg deu um show incrível durante todas as voltas, assumindo a ponta antes de rodar no óleo e retornar com força para ainda terminar na segunda colocação.


Grande Prêmio da Austrália - Adelaide - 1, 2 e 3 de novembro de 1985
Pole position: Ayrton Senna - Lotus Renault
Vencedor: Keke Rosberg - Williams Honda
Na outra melhor prova de 1985, Keke Rosberg voltou a dar show para superar Ayrton Senna, que encarnou Gilles Villeneuve, cometendo grandes erros e fazendo a alegria do público. Beneficiando-se de abandonos, ambas as Ligier conquistaram um pódio mesmo após se tocarem nas últimas voltas, com Frank Williams subindo para pegar seu troféu pela última vez...

EQUIPES


Marlboro McLaren International - McLaren TAG-Porsche - MP4/2B - Goodyear - Lauda / Watson / Prost

Apesar de um domínio menos eficaz do que em 1984, a McLaren teve muito o que comemorar em 1985, com o título de Alain Prost e seu primeiro bicampeonato consecutivo. Mesmo sem ter o melhor carro e o melhor motor, a equipe britânica conseguiu superar as Lotus, as Ferraris e as Williams graças a sua confiabilidade, levando o 'Professor' até as primeiras colocações enquanto Senna, Alboreto e Rosberg enfrentavam problemas.

Tyrrell Racing Organisation - Tyrrell Ford / Tyrrell Renault - 012 / 014 - Goodyear
Brundle / Johansson / Bellof / Streiff / Capelli

No meio da temporada, a Tyrrell acabou trocando seus convencionais motores Cosworth por um turbo Renault, o mesmo que a equipe poderia ter utilizado quase 10 anos antes. O 014 tinha futuro, mas o desenvolvimento lento acabou por atrapalhar a maior probabilidade de pontos ainda em sua temporada de estreia. Stefan Bellof pontuou duas vezes com o antigo 012, falecendo depois de correr apenas três vezes no bólido turbo.

Martin Brundle ficou marcado pelo seu azar, especialmente quando se envolveu num acidente com Philippe Alliot em Detroit, enquanto Ivan Capelli e Philippe Streiff dividira o cockpit do número 4# depois da morte do alemão, com o italiano conquistando os primeiros pontos turbo da Tyrrell na confusa prova de Adelaide.

Canon Williams Honda - Williams Honda - FW10 - Goodyear - Mansell / Rosberg

Na segunda temporada completa da parceria Williams-Honda, a equipe britânica conseguiu resultados brilhantes a partir da segunda metade do campeonato, sendo beneficiada pelo ótimo desenvolvimento do motor Honda e da melhora na confiabilidade do FW10, que havia deixado Mansell e Rosberg meio que fora da festa no início do ano.

Keke Rosberg fez sua melhor temporada, conquistando duas vitórias em Detroit e em Adelaide, perdendo em Silverstone, Nürburgring, Zandvoort, Monza, Brands Hatch e Kyalami por causa de seu azar. O Leão conquistou ótimos resultados nas últimas etapas, se beneficiando dos problemas do companheiro além de agir de modo mais racional.

Motor Racing Developments - Brabham BMW - BT54 - Pirelli - Piquet / Hesnault / Surer

Com Nelson Piquet ainda batalhando para melhorar a confiabilidade dos motores BMW, a Pirelli acabou evoluindo com a parceria feita entre ela e a Brabham, algo que resultou em uma ótima vitória em Paul Ricard, aquela que se tornaria a última da equipe. Apesar de evoluir, a marca alemã ainda deixara nas mãos os seus pilotos.

Marc Surer substituiu François Hesnault depois que o francês se machucou, pilotando de maneira constante e acompanhando o ritmo de Piquet, algumas vezes até superando-o. Terminar o ano sem pódio foi uma injustiça para o suiço, que fica sem vaga na equipe para 1986...

Skoal Bandit Formula 1 Team - RAM Hart - 03 - Pirelli - Winkelhock / Alliot / Acheson

A chegada de Gustav Brunner e Manfred Winkelhock animou a equipe, e os ótimos testes com o 03 mostraram ser mais um motivo para se alegrarem. Porém, a RAM mais uma vez se decepcionou, com o alemão sofrendo para guiar o carro e Philippe Alliot não sabendo liderar a equipe depois do falecimento de Winkelhock.

A contratação de Kenny Acheson mostrou que a RAM necessitava de mais fundos para se manter na Fórmula 1, ignorando John Watson e René Arnoux que estavam desempregados. Com o campeonato perto do fim, o britânico perdeu seu carro e Alliot passou a ser o único piloto da equipe que nem sequer viajou para Kyalami e Adelaide, em busca de melhoras para 1986.

John Player Special Team Lotus - Lotus Renault - 97T - Goodyear - de Angelis / Mansell

Depois de uma boa temporada de 1984, sagrando Elio de Angelis terceiro colocado na tabela de pilotos, a Lotus veio ainda mais forte com Ayrton Senna em 1985. A consistência do italiano aliada à velocidade do brasileiro parecia ser uma combinação fatal para o domínio da McLaren, porém o que sobrou de carro faltou de confiabilidade, deixando Ayrton na mão em boa parte das corridas, incluindo em algumas na qual a vitória era questão de chegar ao fim.

de Angelis repetia o que havia feito em cima de Mansell em 1984, superando Senna até a metade do campeonato, quando, misteriosamente, os problemas do brasileiro passaram a acontecer com o italiano, que era o piloto mais próximo do duelo entre Alboreto e Prost, deixando pistas que a Lotus não tinha condições de colocar dois carros nas mesmas condições. 

Para piorar, a dupla parecia ficar cada vez mais distante, com Senna assinando contrato para 1986 enquanto Elio de Angelis foi obrigado a sair da equipe quando parecia que finalmente seria campeão do mundo usando a mesma estratégia de Alain Prost.

Equipe Renault Elf - Renault - RE60 / RE60B - Goodyear - Hesnault / Tambay / Warwick

Apenas dois anos antes, a equipe francesa estava batalhando pelo título antes de anunciar sua saída da categoria, envergonhada pelo fracasso de não conquistarem um título em apenas nove anos de uma história que mudou a trajetória da Fórmula 1. A falta de experiência de Gerard Toth mostrou ser outro golpe duro durante a temporada, com o RE60 sendo ainda pior do que o antecessor.

A falta de confiabilidade e velocidade do RE60 colocava eles atrás de Lotus e Ligier, equipes motorizadas com o turbo Renault. No fim, 1985 só viu a equipe francesa servir para uma coisa: uso da câmera onboard ao vivo durante a corrida, com François Hesnault na Alemanha e Patrick Tambay na Inglaterra e na Austrália.

Barclay Arrows BMW - Arrows BMW - A8 - Goodyear - Berger / Boutsen

Com o desenvolvimento dos motores BMW e o primeiro chassis de fibra de carbono da equipe, a Arrows fez uma grande evolução em 1985. Com uma interessante dupla de pilotos, a construtora de Jackie Oliver conquistou ótimos resultados na temporada, entre eles um pódio com o consistente Thierry Boutsen, em Imola, quando abandonos beneficiaram o belga que terminou em segundo.

Gerhard Berger sofreu mais do que o companheiro, porém mostrou ser rápido e agressivo, conquistando seus melhores resultados nas últimas etapas. Se mantendo no meio do grid, deixando os problemas de fundo do pelotão para trás, a Arrows tem um bom futuro pela frente.

Toleman Group Motorsport - Toleman Hart - TG185 - Pirelli - Fabi / Ghinzani

Depois de fazer sua melhor temporada de 1984, a Toleman parecia estar no caminho certo para uma evolução em 1985, contratando Stefan Johansson e John Watson como pilotos. Mas os problemas encontrados depois da retirada da Michelin da categoria, deixaram a equipe descalça para o início do ano, deixando seus pilotos fugirem enquanto tentavam arranjar um novo contrato.

Por sorte, a Spirit vendeu o contrato da Pirelli para a Benetton que deu esse contrato para a Toleman, resultando na estreia apenas em Mônaco. Teo Fabi mostrou ser tão rápido quando Johansson e Watson, fez uma pole fantástica em Nürburgring e teve um desempenho invejável na Áustria, mesmo usando o motor Hart. A falta de confiabilidade ficou ainda mais evidente quando colocaram Ghinzani no segunda carro. Acabou sendo uma injustiça fecharem o ano zerados.

Spirit Enterprises Ltd - Spirit Hart - 101D - Pirelli - Baldi

Com a terceira evolução do 101, o 101D, a Spirit chegou em 1985 usando os mesmos motores Hart e os mesmos compostos Pirelli. Mauro Baldi novamente era o kamikaze dessa bomba mecânica, que pelo menos resistia tão bem quanto uma Minardi. Com a irresistível oferta da Benetton pelo contrato com os pneus Pirelli, a Spirit foi obrigada a desaparecer da temporada, prometendo um retorno em 1986.

Pagavam por algo que sofreram: a traição da Honda.

Benetton Team Alfa Romeo - Alfa Romeo - 185T / 184TB - Goodyear - Patrese / Cheever

"O que aconteceu com a Alfa Romeo?" Aqueles mais espertos, em 1986, perceberam a falta dos carros italianos no grid e ainda mais os poucos comentários sobre a sua saída no fim da temporada, algo despercebido. Com Eddie Cheever e Riccardo Patrese sofrendo com a equipe desde 1984, a gota d'água foi quando tiveram que retornar ao velho 184T no meio do ano.

Usando o 185T no início da temporada, a Alfa Romeo mal conseguia se aproximar das últimas voltas, sendo obrigada a desenvolver uma nova versão do bólido de 1984, o 184TB, que pelo menos conseguiu terminar algumas poucas provas para a equipe. Para piorar, terminaram atrás das compatriotas Osella e Minardi, sem nenhum ponto.

Osella Squadra Corse - Osella Alfa Romeo - FA1F / FA1G - Pirelli - Ghinzani / Rothengatter

Depois de sua melhor temporada de 1984, a Osella se viu com mais problemas em 1985, não conseguindo evoluir para seguir os passos da Arrows. A saída de Jo Gartner também foi um golpe difícil para a equipe, que inscreveu apenas um carro para Piercarlo Ghinzani, correndo gratuitamente apenas por diversão apesar dos problemas do antigo FA1F e do novo FA1G.

A substituição pelo holandês Huub Rothengatter foi necessário, com o sorridente holandês mantendo a mesma animação e alegria mesmo com os crescentes problemas durante o ano. Na última etapa, se não fosse a persistência de Gerhard Berger, Rothengatter teria conquistado seus primeiros pontos na categoria.

Equipe Ligier - Ligier Renault - JS25 - Pirelli - de Cesaris / Streiff / Laffite

Depois de duas fracas temporadas na Williams, Jacques Laffite voltou para casa onde havia conquistado todas as suas vitórias, voltando a sonhar com as conquistas caso a evolução continuasse. Andrea de Cesaris mostrou ser tão rápido quanto o experiente francês, conquistando um encorajador resultado em Mônaco e uma ótima performance em Silverstone antes de sair da equipe depois de estar farto com a falta de confiabilidade do carro, segundo o próprio.

A escolha por Philippe Streiff foi boa, com o francês andando no mesmo nível do companheiro e até mesmo superando-o no grid de largada em Brands Hatch. Porém, o mesmo erro tosco cometido por de Cesaris na Áustria, Streiff cometeu em Adelaide, quando se arriscou de maneira boba e colocou em xeque seu único pódio. Laffite, por outro lado, conquistou três pódios além de ter um desempenho monstruoso em Brands Hatch, numa de suas melhores temporadas.

Scuderia Ferrari SpA SEFAC - Ferrari - 156/85 - Goodyear - Alboreto / Arnoux / Johansson

Se recuperando de um péssimo fim de temporada em 1984, a Ferrari tinha um bom carro e uma ótima dupla de pilotos, porém a equipe foi incapaz de aproveitar a qualidade de seu bólido na segunda metade do campeonato, quando Michele Alboreto decaiu junto com Stefan Johansson. Em circuitos irregulares, o carro não era bem ajustado, atrapalhando ainda mais o trabalho dos pilotos.

Alboreto guiou magistralmente para vencer em Montreal e em Nürburgring, superando até mesmo a McLaren e a Lotus e, ao invés de Ayrton Senna, quem estava perseguindo Alain Prost era o italiano, que estava perto de ser campeão. Mas, como em 1984, a Ferrari entrou numa forte crise, decaiu, e tirou o título das mãos de Michele.

Minardi Team SpA - Minardi Ford / Minardi Motori Moderni - M185 - Pirelli - Martini

Giancarlo Minardi se mostrava animado com Alessandro Nannini como piloto à bordo de um carro com motor Alfa Romeo, porém problemas mudaram toda a trajetória da equipe: Pierluigi Martini seria o homem que dirigiria o M185 com motores Motori Moderni, de Carlos Chiti. Apesar de estar sendo desenvolvido, o V6t italiano era tão problemático quanto o Alfa Romeo, deixando alguém inexperiente como Pierluigi Martini ainda mais em apuros.

A disputa com a rival italiana Osella mostrou-se ferrenha, mas a falta de qualidade do equipamento da Minardi deixaram Huub Rothengatter supera-los.

West Zakspeed Racing - Zakspeed - 841 - Goodyear - Palmer / Danner

Outra novata de 1985, a Zakspeed arriscou com chassis e motor próprio, mas nada que tirasse a motivação de uma equipe que tinha Jonathan Palmer fazendo o desenvolvimento. O rápido britânico participou de boa parte das provas, ficando de fora apenas das corridas na América antes de quebrar a perna nos 1000Km de Spa-Fracorchamps.

Christian Danner foi selecionado para ser seu substituto, mas a falta de qualidade do equipamento atrapalharam ainda mais uma carreira em ascensão.

Team Haas (USA) Ltd - Lola Hart - THL1 - Goodyear - Jones

Preparando-se para uma temporada completa em 1986, a Beatrice Lola comandada por Carl Haas tem tudo para um futuro brilhante, fazendo as provas de 1985 apenas um campo de testes, com a qualidade de Alan Jones entrando em xeque antes de seu ótimo desempenho em Adelaide.

PILOTOS


1 - AUT - Niki Lauda - McLaren TAG-Porsche
Apesar de passar por sua pior temporada em anos, o décimo lugar conquistado pelo tricampeão fechou sua carreira na Fórmula 1. A sorte que havia tido em 1984 não se repetiu em 1985, enfrentando sérios problemas de confiabilidade em sua McLaren. Em provas como o GP da Áustria e da Austrália tinha grandes chances de vitória, porém o azar tirou duas ótimas conquistas para o austríaco.

Outro exemplo que demonstra o azar de Lauda durante o ano foi seu acidente em Spa-Francorchamps, onde quebrou o pulso e foi impossibilitado de correr durante semanas. No GP da Holanda, uma das poucas provas que terminou, conseguiu ultrapassar Alain Prost e aguentar a pressão do futuro campeão, conquistando sua última vitória numa das melhores corridas da temporada.

1985: Problemas e mais problemas fizeram Lauda fechar sua carreira numa fraca e pouco representativa 10º colocação. Mesmo assim, além dos azares, isso já mostrava o aumento da concorrência em cima da McLaren.


1 - IRN - John Watson - McLaren TAG-Porsche
O velho norte-irlandês tinha planos de retornar ao grid à bordo da crescente Toleman, só que os problemas enfrentados com os pneus e sua solução obrigaram Watson a dizer um breve adeus á Fórmula 1. Porém, quando seu amigo Niki Lauda sofreu um forte acidente na Bélgica, John voltou aos holofotes sendo contatado para correr no carro número #1.

Pela última vez na história, um não-campeão dirigiu o carro número #1, com John Watson não conseguindo muito na chance que teve. Correndo perto da torcida, em Brands Hatch, o norte-irlandês estava enferrujado em sem muita animação para combater os grandes rivais, só recuperando um bom ritmo na segunda metade da corrida. No fim, um 7º lugar decretou o fim da carreira de Watson.

1985: Na lista dos campeões morais, John Watson conseguiu correr pela única vez à bordo do carro 1# em sua última participação num grande prêmio. Infelizmente, sua última prova havia sido apenas em 1983, enferrujando e não tendo condições de acompanhar o ritmo de Alain Prost.


2 - FRA - Alain Prost - McLaren TAG-Porsche
(ALELUIA!) E finalmente Alain Prost chegou ao título mundial de pilotos, depois de perder por dois anos seguidos. A sua consistência deu uma aula para pilotos da estirpe de Ayrton Senna, Keke Rosberg e Nigel Mansell que, mesmo tendo um carro certas vezes melhor do que o McLaren, forçavam até quebrar.

O francês recebeu o apelido de 'Professor' tão merecidamente quanto foi campeão, superando Niki Lauda de maneira fácil e não se sentindo pressionado com a momentânea ameaça de Michele Alboreto no meio da temporada.

1985: Pela primeira vez os franceses comemoraram um título na Fórmula 1, e, diferentemente daquilo que se acreditava, não veio pela Renault e sim por um de seus pilotos. A escola europeia fez bem produzindo grandes nomes como Arnoux, Depailler, Jabouille, Laffite, Jarier e Pironi, mas apenas Prost conseguiu conquistar um título.


3 / 4 - GBR - Martin Brundle - Tyrrell Ford / Tyrrell Renault
Martin Brundle sempre andou tão bem como seus quatro diferentes companheiros na Tyrrell: Stefan Johansson, Stefan Bellof, Ivan Capelli e Philippe Streiff, muitas vezes superando-os. Porém nunca foi capaz de marcar pontos com o 012 e menos ainda com o 014, colecionando três 7º lugares durante o ano. Depois de sofrer um golpe duro em 1984, Brundle mantinha a busca pelos primeiros pontos oficiais para 1986.

Antes de se lesionar em Dallas, o britânico havia conquistado seu melhor resultado em Detroit, onde terminou logo atrás de Nelson Piquet e iniciou todo o processo que resultaria no banimento da Tyrrell. Em 1985, Martini voltou a andar bem pelas estabanadas ruas da cidade americana, estando na quarta colocação antes de ser vítima de uma das loucuras de Alliot.

1985: Cheio de azar, Martin Brundle tem muito para aspirar em 1986, sendo líder de uma equipe renovada com o motor turbo. Sua determinação e força nas ruas de Detroit mostraram que o britânico tem tudo a crescer caso encontre um carro no nível de seu talento.


4 / 3 - ALE - Stefan Bellof - Tyrrell Ford / Tyrrell Renault
O promissor alemão Stefan Bellof, segundo muitos, já tinha pré-contrato com a Ferrari para 1986, estando prestas a assinar antes de vim á falecer nos 1000Km de Spa-Francorchamps. Uma perda, como a de Manfred Winkelhock, que deixou o paddock mais triste e menos sorridente. O talento acabou conseguindo resultados ótimos quando as condições nivelavam os motores.

Em Estoril, retornando à categoria, deu show como Senna, terminando na sexta colocação mesmo depois de bater em Winkelhock (que triste coincidência) e perder parte da asa. Nos EUA, da mesma forma de Brundle, andou entre os seis primeiros durante boa parte da prova, herdando a quarta posição do companheiro após seu acidente. Correu apenas três vezes com propulsores turbo, algo que deixa em nossas mentes o quão bem Bellof poderia ter ido com eles...

1985: Uma segunda morte em apenas um mês foi muito para a Fórmula 1, e agora, para piorar mais ainda, era de um dos maiores talentos que já haviam aparecido pela categoria nos últimos anos. De qualquer forma, Bellof não deixou se abalar com o velho 012 de motor aspirado, conquistando cinco ótimos pontos.


4 / 28 - SUE - Stefan Johansson - Tyrrell Ford / Scuderia Ferrari
Com a vaga garantida na Toleman, Stefan Johansson voltou a ser azarão depois que a equipe enfrentou problemas com as fornecedoras de motor, obrigando o sueco á buscar uma vaga em outros times. A Tyrrell, já havia sido a casa de Johansson, e agora voltara a ser para o GP do Brasil com Stefan Bellof estando fora.

Depois de substituir o alemão, Johansson voltou aos holofotes com a estranha demissão de Arnoux, substituindo o francês na Ferrari. Apesar dos péssimos desempenhos nas qualificações, Stefan começou a ser amado pelos tifosi a partir do GP de San Marino, quando quase levou a vitória depois de Senna ficar sem combustível. Mesmo com a equipe se afundando, Johansson conquistou pontos preciosos no fim da temporada, algo que Alboreto falhou em fazer.

1985: Em sua primeira chance real, Stefan Johansson mostrou que podia ser um fiel escudeiro ao não se importar com isso, deixando de lado todas as promessas entorno de si. De qualquer forma, o sueco demonstrou sua rapidez durante as corridas e uma certa consistência, que garantiu sua vaga para 1986.


4 - ITA - Ivan Capelli - Tyrrell Renault
Escalado como substituto de Bellof na Tyrrell, Ivan Capelli estreou num lugar que nenhum piloto gostaria de pilotar um Fórmula 1 pela primeira vez: Brands Hatch. Um fim-de-semana duro, com múltiplos erros e uma péssima posição de largada, resultando numa fraca prova que acabou nos pneus. Seu péssimo desempenho colocou Streiff no cockipt para o GP da África do Sul.

Porém, voltou ao grid em Adelaide para fazer grande prova, resistindo às paredes do circuito australiano e aos problemas que a Tyrrell ainda enfrentava com o motor turbo. Enquanto todos acreditavam que seria Brundle o primeiro piloto do "Tio Ken" a marcar pontos com o propulsor turbinado, Capelli conquistou um surpreendente quarto lugar.

1985: Em suas duas primeiras provas, Ivan foi "do inferno ao céu", tendo bons e maus desempenhos que não garantiram sua vaga para a temporada seguinte. Mesmo assim, Capelli cravou seu nome como o primeiro piloto a marcar pontos com um Tyrrell turbo.


5 - GBR - Nigel Mansell - Williams Honda
As primeiras provas de Nigel Mansell na Williams ainda mostravam um Leão batalhador, esforçado mas muito errático, conseguindo alguns bons resultados com um carro ainda evoluindo. Depois de tomar uma panca na cabeça em Paul Ricard, e ficar fora da prova, parece que Mansell finalmente havia a maior parte dos fios plugados na cabeça.

Sua segunda metade da temporada, já mais familiarizado com o clima da Williams, foi estrondosa, superando Keke Rosberg diversas vezes e conquistando suas duas primeiras vitórias depois de ótimos desempenhos em Monza e Spa-Francorchamps.

1985: É provavelmente um dos candidatos ao título em 1986, tendo terminado 1985 de maneira astronômica após anos em busca da primeira vitória, cometendo vários erros quando ela parecia inevitável. Bater de frente com o estilo acrobático de Rosberg é para poucos, e é mais um exemplo de como ele é esforçado e batalhador como um Leão...


6 - FIN - Keke Rosberg - Williams Honda
Alguém tinha dúvidas que este homem era o showman depois da morte de Gilles Villeneuve? Acredito que não, mas como há gente para tudo, 1985 é o exemplo a ser dado para alguém que ainda tenha dúvida. O finlandês voava, especialmente quando o carro passou a ser o melhor do grid, evoluindo até catar o terceiro posto de Elio de Angelis e Ayrton Senna.

Suas performances em Detroit, Monza, Brands Hatch, Kyalami e Adelaide, quando derrotou seu grande rival nos shows diários, mostrou que ele finalmente estava de volta ao topo da Fórmula 1, se tornando um grande favorito para 1986. Porém, foi nesse momento que Rosberg cometeu o maior erro de sua carreira: ir para a McLaren.

1985: Seus shows acrobáticos, especialmente em Kyalami e Brands Hatch, quando não venceu, foram suficientemente boas para considerarmos ele um campeão moral, tendo grandes performances quando parecia impossível brigar pela vitória.


7 - BRA - Nelson Piquet - Brabham BMW
Em sua última temporada pela Brabham, parecia que Piquet não estava muito animado para melhorar e solucionar os problemas enfrentados. Apesar da evolução do motor BMW, o grande problema do brasileiro foi o chassis BT54, que não era tão incrível como os antecessores. Para piorar, a parceira com a Pirelli rendeu poucos frutos, já que em boa parte da temporada o carro simplesmente perdia rendimento causado pelos compostos italianos.

Quando andava bem, Nelson tinha que contar com a sorte para chegar ao fim, no que resultado em apenas dois pódios, um deles com a surpreendente vitória em Paul Ricard, onde o calor beneficiou os pneus Pirelli.

1985: A McLaren se mantinha no topo, a Williams cresceu, a Lotus passou estar sempre entre os primeiros e a Ferrari até batalhou pelo título enquanto Nelson Piquet sofria com a decadência da Brabham. Mesmo assim, o brasileiro se manteve firme para conquistar a última vitória da equipe além de protagonizar algumas boas performances, como em Monza e Brands Hatch.


8 / 14 - FRA - François Hesnault - Brabham BMW / Renault Elf
Talvez uma das mais estranhas contratações da história da Fórmula 1 seja a de François Hesnault para o segundo carro da Brabham. Muitos desacreditaram no que estavam vendo, porém a equipe britânica havia feito a escolha certa, já que a decadência possibilitava apenas que um equipamento andasse bem, enquanto o outro seria um mero figurante. Para piorar, o BT54 não era tão bom quanto os antecessores, e a séria falta de apoio que Hesnault teve resultou na substituição.

Três abandonos seguidos por uma não-qualificação em Mônaco já colocavam sua presença em xeque, e depois que François sofreu grave acidente em Paul Ricard, a Brabham finalmente decidiu contatar um novo nome. Depois de se recuperar, Hesnault voltou ao cockpit de um F-1 no GP da Alemanha, quando a Renault inscreveu três carros para a estreia da câmera onboard.

1985: Depois de um fraco 1984, a segunda temporada de Hesnault na Fórmula 1 foi pior ainda, servindo apenas para ser "segundão" de Nelson Piquet e estrear a câmera onboard no GP da Alemanha.


8 - SUI - Marc Surer - Brabham BMW
Depois de competir anos sem conquistar um pódio sequer, Marc Surer decidiu abandonar a Fórmula 1 em 1985, não participando das primeiras etapas. Porém, quando Hesnault bateu em Paul Ricard e a Brabham fez a proposta, o suiço não teve como negar a maior chance de sua carreira. O duro início para se desenvolver com o BT54 deixou ele longe de Piquet, mas quando pontuou em Silverstone, Surer deu uma virada no campeonato.

Se aproximando cada vez mais do companheiro, Marc Surer passou a ser centro das atenções a partir do quarto lugar conquistado em Monza, quase superando Ayrton Senna na última volta. Em Brands Hatch e Adelaide, um pódio era inevitável até que seu motor BMW abriu o bico. Mesmo assim, as performances do suiço deveram coloca-lo numa vaga para 1986.

1985: Em sua única grande chance da carreira, Surer fez bonito, mas a falta de equipamento e sorte foram fatais para que fechasse sua passagem pela categoria sem pódio. Mesmo assim, Marc voltou para a Arrows em 1986 sonhando com melhores resultados, deixando uma Brabham prestes a viver seus piores dias.


9 - ALE - Manfred Winkelhock - RAM Hart
Liderando a RAM, Manfred Winkelhock tinha tudo para se dar bem em 1985 com o novo carro da equipe, mas os problemas voltaram a aparecer e o alemão ficou sem fazer. Seguindo abandonos atrás de abandonos, Winkelhock se aproximava de um triste fim depois de abandonar o GP da Alemanha, morrendo na semana seguinte vitima de um acidente em Mosport.

Seu falecimento deixou o paddock chocado, especialmente por causa da maneira que foi, competindo onde ele mais se destacava.

1985: Infelizmente, Winkelhock enfrentou os mesmos problemas que havia enfrentado na ATS. Sem equipamento, preferia focar no World Sportscar Championship do que na Fórmula 1, o que, para a tristeza de todos, acabou levando-o para a morte.


10 / 9 - FRA - Philippe Alliot - RAM Hart
Philippe Alliot voltou a colecionar fracassos pelo segundo ano seguido na RAM, agora sendo o escudeiro de Manfred Winkelhock que tentava levar o trem verde e branco para a frente, em vão. Depois de ficar metade do ano ajudando o alemão, Alliot viu sua grande chance surgir depois da morte do companheiro, se tornando o piloto número um para tentar alcançar resultados quase impossíveis.

Seu erro em Spa-Francorchamps, quando rodou e bateu logo após sair dos boxes, selaram de vez as esperanças que a RAM tinha nele.

1985: Seu segundo ano de erros e mais erros, os maiores cometidos em Detroit, quando tirou o meteórico Brundle da prova, e Spa.


10 - GBR - Kenny Acheson - RAM Hart
Sua primeira passagem pela RAM tinha sido uma catástrofe em 1983, com apenas uma qualificação em sete GPs disputados. No ano seguinte, recuperou sua reputação perdida, retornando à Fórmula 1 por um dos motivos mais tristes: a morte de Winkelhock. Sua volta foi apenas para fazer número e ajudar a RAM cumprir seus contratos com os patrocinadores, sendo abandonado depois do GP da Itália...

1985: No fim, Kenny Acheson foi apenas usado pela RAM...


11 - ITA - Elio de Angelis - Lotus Renault
A chegada de Ayrton Senna na Lotus pareceu não abalar o italiano no início do ano, com ótimos resultados nas primeiras etapas incluindo uma vitória em Imola. Porém, aos poucos o brasileiro começou a tomar o lugar de de Angelis, com a equipe sendo incapaz de colocar dois carros nas mesmas condições.

Mesmo assim, Elio se mantinha consistente entre os primeiros, se beneficiando dos problemas de Senna, Rosberg, Mansell, Alboreto, Johansson e Piquet. Com o terceiro lugar na mão, perto do fim da temporada, de Angelis viu a situação na Lotus se inverter, com Senna sendo beneficiado para conquistar resultados que no fim não valeriam sequer a terceira posição, com Rosberg superando ambos.

1985: A cada etapa que passava, Elio de Angelis ficava ainda mais desmotivado, resultando numa má quinta colocação na tabela de pilotos. Mesmo assim, os melhores momentos do italiano foram vividos no início da temporada, com a vitória em Imola e seus últimos pódios.


12 - BRA - Ayrton Senna - Lotus Renault
Depois de ser o melhor estreante em 1984, Ayrton Senna fez o que devia em 1985, conquistando suas primeiras vitórias de maneira fantástica e colecionando voltas atrás de voltas na liderança. Sua força nos treinos de qualificação se assemelhava ao de Nelson Piquet na temporada anterior, mas na corrida o jovem brasileiro ainda deixa a desejar, sofrendo com a falta de sorte durante boa parte do ano.

Seus abandonos em Imola e Silverstone já eram um sinal que a Lotus não conseguia colocar dois carros em condições iguais, e quando Senna passou a ser beneficiado, já parecia tarde demais para se aproximar de Alboreto e Prost, ainda tendo que ultrapassar de Angelis. A performance em Adelaide mostrou que Ayrton podia ser genial em certos momentos e louco noutros, porém isso não diminuiu seu brilho e vontade para 1986.

1985: Duas vitórias ficaram de ótimo tamanho para um jovem azarado como Ayrton, especialmente por ser logo em seu primeiro ano na Lotus. Após desmotivar e tirar Elio de Angelis da Lotus, Senna tem grandes chances brilhar mais uma vez em 1986, mas com a iminente chegada de Derek Warwick isso pode ficar um pouco mais difícil.


15 - FRA - Patrick Tambay - Renault Elf
Há meros dois anos estava na Ferrari sendo cotado como futuro campeão, e agora se arrastava perto do fim do pelotão com uma decadente Renault sem experiência em seu time técnico. Patrick Tambay já podia se aposentar aos 36 anos, mas preferia estender seu sonho de pilotar um carro de Fórmula 1. Seus desempenhos mais brilhantes do que os de Warwick acabaram rendendo um contrato mais promissor com a Beatrice-Lola, porém, com algo de médio prazo, era de se esperar que Tambay simplesmente desenvolvesse o carro e caísse fora.

Mesmo assim, o francês deu o mesmo banho que Warwick havia dado nele em 1984, conquistando os últimos bons resultados da Renault com um carro problemático, entre eles dois pódios em Imola e Estoril.

1985: Já perto da aposentadoria, Patrick Tambay queria apenas fechar a carreira de maneira digna para um piloto que já havia passado pela Ferrari e pela McLaren, mas como a Renault não havia dado condições para o francês fazer um bom trabalho no fim da temporada, apenas uma câmera onboard em Adelaide e Brands Hatch, posso dizer que foi uma boa escolha ir para a Beatrice em 1986.


16 - GBR - Derek Warwick - Renault Elf
Depois de negar a proposta que a Williams fez pelos seus serviços, Derek Warwick talvez esteja arrancando os cabelos após ver a equipe do "Tio Frank" conquistar quatro vitórias na temporada, duas com o lugar que estava destinado á ele. A escolha de manter-se na Renault mostrava que Warwick ainda acreditava numa recuperação da equipe francesa, mas depois de uma infeliz renovação de staff técnico, tudo foi por água abaixo.

Seus resultados também não eram os mesmos daquele jovem promissor britânico que havíamos conhecido, colecionando fracassos e apenas dois quintos lugares como melhor resultado. Na Bélgica, serviu para fechar o caixão de pontos da Renault anotando um sexto lugar depois de resistir aos problemas do RE60B.

1985: A escolha de ir para a Lotus em 1986 é boa como a de seu companheiro, porém também pode afetar sua carreira caso a equipe britânica seja realmente incapaz de colocar dois carros na mesma condição. De resto, 1985 foi um ano para esquecer, conquistando menos pontos do que aqueles anotados no fim de 1983, ainda pela Toleman.


17 - AUT - Gerhard Berger - Arrows BMW
Para substituir Marc Surer, a Arrows contratou o jovem piloto austríaco que mais parecia uma locomotiva sem freios, fazendo exibições pífias em comparação aos de seu companheiro Thierry Boutsen. Enquanto o belga conquistou um fantástico segundo lugar em Imola, Berger era incapaz de chegar ao fim da prova diversas vezes.

Porém isso começou a mudar no meio do ano, quando passou a andar no mesmo ritmo do companheiro: pontos era questão de tempo. Com a decadência de qualidade do A8, Berger via o sonho de conquistar os primeiros pontos oficiais longe demais para sua disposição mental e técnica, mas quando o mundo se abriu em Kyalami, e Thierry Boutsen não teve como enfrentar sua força, um quinto lugar foi conquistado. Com a confiança tinindo, Gerhard voltou a pontuar em Adelaide depois de não bater em nenhum muro (apenas na barreira de pneus). Incrível!

1985: Um ano de provação para Berger, que ainda não arranjou um cockpit para 1986 por não passar nem perto dos resultados conquistados por Boutsen. De qualquer forma, é impossível dizer que o austríaco não evoluiu, passando de mero 'batedor' para promissor depois de finalmente conquistar uma confiança que ainda não era vista.


18 - BEL - Thierry Boutsen - Arrows BMW
Na liderança da equipe, conquistando os melhores resultados dela e não cometendo erros, essa foi a temporada de 1985 de Thierry Boutsen. O pódio em Imola, conquistado aos empurrões de seu Arrows até a linha de chegada, foi o melhor momento de todo ano. Diferentemente de seu companheiro Berger, Boutsen mostrou que sabia usar a cabeça e ser um piloto com uma tocada suave e calma.

Os mínimos erros cometidos por ele durante toda a temporada mostravam ainda mais o talento que a Arrows tinha nas mãos, porém havia algo que Boutsen falhava: não sabia partir bem. Em diversas ocasiões, o jovem belga se viu duas, três posições atrás daquela que havia largado, diminuindo as chances de pontos caso a prova fosse promissora.

1985: Digno piloto que qualquer equipe da época sonharia ter: consistente, sabendo domar os carros apesar de sua suavidade na condução, que o beneficiava sobre pilotos da estirpe de seu companheiro. É uma pena que se manterá na Arrows para 1986...


19 - ITA - Teo Fabi - Toleman Hart
A injusta demissão de Fabi da Brabham acabou por, momentaneamente, destruir sua carreira na Fórmula 1. Parecia que o veloz italiano não voltaria a ter chances, porém surgira a Benetton comprando a Toleman, exigindo um piloto italiano no cockpit do TG185. Então lá estava Teo, no GP de Mônaco, finalmente estreando o novo bólido da equipe inglesa.

O piloto que só sabia correr em circuitos rápidos calou críticos quando conquistou uma fantástica pole position para o GP da Alemanha, porém a falta de confiabilidade causada pelo pouco tempo de testes da Toleman foi fatal para que Fabi fechasse o ano sem pontos. Mesmo assim, uma performance de Fabi que gostaria de ressaltar foi na Áustria, quando chegou a andar em sexto no início da prova antes de abandonar. Isso utilizando motor Hart em Österreichring...

1985: O que o "rei das poles" jamais fez foi feito por um italiano qualquer que tinha passado boa parte da carreira na CART. Teo Fabi mostrou ainda mais que os pontos naquela época só serviam para classificar quem seria o campeão, já que em uma série de performances interessantes, nunca anotou pontos, terminando atrás de pilotos como Alliot, Palmer, Ghinzani, Martini e Rothengatter.


21 - ITA - Mauro Baldi - Spirit Hart
Haviam dois pilotos italianos no grid que viviam trabalhando em dois lugares, mas em apenas um conseguiam o tão amado salário: Mauro Baldi e Piercarlo Ghinzani, ambos pilotos da Lancia no WSC. Baldi estava distante de ser o centro da atenção no mercado de pilotos, com nenhuma equipe se interessando pelo seu trabalho a não ser a Spirit.

Depois de descarta-lo por metade de 1984, a equipe necessitava do italiano para 1985, sofrendo para se manter no grid. Andando sempre entre os últimos, o único momento que Baldi apareceu na transmissão foi quando rodou no Estoril. Com a Benetton comprando o contrato da Pirelli, a Spirit fechou, e Mauro deixou a Fórmula 1...

1985: Fim da Spirit, fim de Mauro Baldi (pelo menos na Fórmula 1).


22 - ITA - Riccardo Patrese - Benetton Team Alfa Romeo
O grande momento de 1984 havia sido o surpreendente pódio em Monza, e em 1985 surpresas estavam longe de acontecer para a dupla da Alfa Romeo. Riccardo Patrese colecionou fracassos, se contentou em andar no meio do pelotão e abandonar antes da metade da prova, finalizando um ano marcado apenas pelo seu acidente com Piquet em Mônaco.

1985: Chega ser cômico, um acidente sendo o melhor momento da temporada de alguém como Riccardo Patrese.


23 - EUA - Eddie Cheever - Benetton Team Alfa Romeo
Enquanto Patrese teve como melhor momento um acidente, Eddie Cheever pode se orgulhar de ter andando na quarta colocação durante algumas voltas no mesmo GP de Mônaco. O norte-americano foi mais uma vez a maior vitima dos problemas da Alfa Romeo, mesmo tentando de tudo para sair do meio do pelotão.

1985: Resta saber para onde ele irá em 1986, porque 1985 não existe mais para a dupla da Alfa...


24 / 20 - ITA - Piercarlo Ghinzani - Osella Alfa Romeo / Toleman Hart
Piercarlo Ghinzani estava pilotando pelo puro prazer e diversão de estar na Fórmula 1, não recebendo uma nota sequer para competir pela Osella. Sua lealdade, como a de Baldi pela Spirit, era incrível, e quando conseguiu terminar a maior parte das provas que largou, era notável que Ghinzani fazia tudo para causar menos prejuízo para Enzo Osella. Sua saída estava clara quando Huub Rothengatter trouxe novos patrocínios para a equipe...

Foi quando surgiu a maior chance de sua carreira, com a Toleman fazendo uma proposta irresistível para alguém que só havia corrido com a Osella. Ghinzani foi azarado na escolha, se afundando em abandonos ao não conseguir acompanhar Teo Fabi nas primeiras provas, e quando finalmente estava próximo do compatriota, era tarde demais para fazer algo.

1985: Fiel como Baldi, Ghinzani teve a chance que o compatriota não teve, mas acabou por errar em aceitar a proposta da Toleman que mal conseguia ter um carro em condições de terminar uma prova.


24 - HOL - Huub Rothengatter - Osella Alfa Romeo
O mitológico angariador de fundos com nome monstruosos estava de volta em 1985 depois de perder a vaga na Spirit. Sempre sorridente, Rothengatter não deixou se abalar apesar dos inúmeros problemas da Osella, conquistando um fantástico sétimo lugar no GP da Austrália. Já que a Spirit não estava mais no grid, Huub tinha apenas um rival: Pierluigi Martini.

1985: Batalhando com Martini e com o carro, Rothengatter fez tudo o que podia durante a temporada, sendo recompensado com o sétimo lugar conquistado em Adelaide (isso que Berger conseguiu voltar a pista, se não o holandês teria marcado pontos).


25 - ITA - Andrea de Cesaris - Ligier Renault
A volta de Jacques Laffite á Ligier talvez tenha dado otimismo para o velho Guy melhorar o carro, e consequentemente o beneficiado por isso seria Andrea de Cesaris. Depois dos fracassos de 1984, o italiano voltou a andar bem em 1985 conquistando um fantástico quarto lugar em Mônaco e um quase pódio em Silverstone, mas de Cesaris logo voltou a ser o antigo destruidor de chassis.

Em apenas um mês, Andrea havia tido um desempenho digno de aplausos e outro digno de uma demissão, que, segundo ele, jamais aconteceu. Sua saída da Ligier só foi causada pela falta de confiabilidade dos carros, segundo o próprio, mas algo que ele não pode negar é que aquele acidente na Áustria foi causado por um erro.

1985: Apesar de performances interessantes e um ótimo quarto lugar em Mônaco, de Cesaris marcou 1985 por protagonizar um dos mais espetaculares acidentes já gravados numa transmissão, quando errou, foi para o barranco e capotou, saindo ileso apenas com algumas manchas de lama.


25 / 4 - FRA - Philippe Streiff - Ligier Renault / Tyrrell Renault
Depois de estrear pela Renault em 1984, Philippe Streiff voltou a ter chance de guiar um carro da categoria pela Ligier, graças à saída de de Cesaris. Como o italiano, o jovem francês conseguiu algumas boas qualificação a frente de Jacques Laffite, mas na corrida deixava a desejar cometendo erros que até mesmo acabavam com sua prova.

Enquanto buscava lugar pro grid em 1986, foi até a Tyrrell para participar do GP da África do Sul, não impressionando e causando prejuízo para o "Tio Ken", acabando num dos muros de Kyalami. Na prova seguinte, vinha em um sólido terceiro posto quando arriscou para cima de Jacques Laffite, que fechou a porta e atingiu sua roda dianteira direita: suspensão quebrada.

1985: Apesar de alguns acidentes, Philippe Streiff tem potencial para evoluir e se tornar grande piloto caso encontre carro na Tyrrell em 1986.


26 - FRA - Jacques Laffite - Ligier Renault
Jacques Laffite estava em forma nessa temporada, esquecendo sua fraca passagem pela Williams em 1983 e 1984. Sua velocidade ainda era perceptível, porém era claro que os sinais da velhice começavam a aparecer, não conseguindo boas qualificações em todas as provas. Mesmo assim, Laffite se mantinha como o velho francês que conhecíamos desde a década de 70, furioso em certos momentos, fantástico em outros.

Sua experiência ajudou para escalar o pelotão e conquistar dois pódios consecutivos em Silverstone e Nürburgring, porém foi em Brands Hatch que ele voltou a dar show. Fazendo uma prova fantástica, foi triste ver quando sua Ligier parou com problemas no motor Renault, algo que facilitou a vida de Mansell, Senna e Rosberg. Em Adelaide, revoltou-se com Streiff, fechando o jovem compatriota até se chocarem. Enquanto Philippe se arrastou com a suspensão quebrada, Laffite terminou em segundo, superando Lauda na tabela de pilotos.

1985: Talvez uma das melhores temporadas de Laffite na Fórmula 1, mostrando que pode conquistar resultados superiores aos do companheiro mesmo tendo um fraco fim-de-semana (pelo menos até o domingo a tarde). Seus ataques de raiva no volante continuavam, como vimos em Adelaide, quando gesticulou como louco para Streiff. Esse é o velho e bom Jacques Laffite...


27 - ITA - Michele Alboreto - Scuderia Ferrari
A primeira metade da temporada de Alboreto foi animadora, com ótimos resultados conquistado em Jacarepaguá e no Estoril. O seu abandono em Imola não o abalou, voltando com força em Monte Carlo, onde poderia ter ganho caso o azar não fizesse perder a ponta duas vezes. Michele se mostrava consistente, conquistando uma ótima vitória no Canadá antes de ser terceiro em Detroit.

Até esse momento, o campeonato estava nas mãos do italiano, porém a Ferrari acabaria tacando fora a única grande chance de sua carreira. Não sabendo configurar carros para as pistas velozes, a Scuderia decairia drasticamente, levando seu piloto para uma surpreendente conquista em Nürburgring e um pódio na Áustria. Depois disso, os resultados não eram nada animadores, com Prost conquistando vitórias enquanto o azar voltou a atormentar Alboreto. No fim, o italiano conquistou o vice graças aos problemas de Rosberg, Senna e de Angelis, nunca mais voltando à forma que esteve no início do ano.

1985: Em sua melhor temporada, Michele Alboreto fez o que podia com a Ferrari afundada na crise, conquistando ótimos resultados nos primeiras etapas e tristes abandonos nas últimas, fechando o ano com cinco provas seguidas sem ver a bandeira quadriculada.


28 - FRA - René Arnoux - Scuderia Ferrari
René Arnoux só fez uma prova em 1985, sendo demitido logo depois dela apesar do bom resultado. O francês já estava na sua terceira temporada pela Scuderia, mas já não agradava como antes, tendo desempenhos genias em certas provas e pífios em outras. Quando Johansson foi anunciado como seu substituto, logo foi esquecido, especialmente com os fortes rumores que a Ferrari impediu ele de arranjar outro cockpit durante a temporada.

1985: A história de amor que parecia estar prestes a dar certo acabou repentinamente, com Arnoux na rua e a Ferrari desfalcada para Estoril. O francês deixaram a escuderia italiana, mas sem dúvida estaria de volta em 1986...


29 - ITA - Pierluigi Martini - Minardi Ford / Minardi Motori Moderni
O jovem italiano que não conseguiu qualificação para o GP da Itália do ano anterior estava no grid em 1985, mesmo que isso foi algo quase despercebido pelas transmissões. Tendo que desenvolver chassis e motor, a escolha por Martini foi algo péssimo, especialmente pela sua falta de experiência. Erros atrás de erros pioravam sua reputação, sendo superados apenas pelos problemas enfrentados pelo carro Minardi.

Quando tudo estava em condição mais favorável, Martini mostrava ser um piloto rápido, mas como isso pouco aconteceu durante a temporada, seu grande momento foi quando obliterou Berger em Paul Ricard.

1985: Em sua temporada de estreia, o jovem italiano sofreu demasiada pressão para desenvolver uma equipe inteira, porém tenho certeza que ele poderá ser recompensado num futuro próximo.


30 - GBR - Jonathan Palmer - Zakspeed Racing
Como Martini, Palmer teria o duro trabalho de desenvolver um novo chassis e um novo motor numa equipe novata. Porém, o britânico já tinha demonstrado mais talento do que o italiano e teria mais condições de desenvolver o bólido, especialmente por ele só estaria presente em provas europeias. Para melhorar, 841 de Erich Zachowski era tão rápido quanto o M185, conseguindo superar os italianos pelo menos nos treinos qualificatórios.

Depois que Palmer conquistou um fantástico 11º lugar em Mônaco, ele só correu para ver até onde o carro resistia, nunca terminando. Seu árduo desenvolvimento tinha que reder frutos em 1986, e para garantir isso a Zakspeed manteve o britânico mesmo depois dele quebrar a perna nos trágicos 1000Km de Spa-Francorchamps.

1985: Em sua terceira temporada participada, Jonathan Palmer parecia estar no caminho certo com um projeto tão promissor como o da Zakspeed.


30 - ALE - Christian Danner - Zakspeed Racing
Competindo na Fórmula 3000, Danner foi pego de surpresa com a proposta da Zakspeed para substituir Palmer em Spa e Brands Hatch, dois circuitos extremamente dificeis para se iniciar uma carreira. Mesmo assim, o jovem alemão aceitou empurrado pelas expectativas de seu país, que havia perdido Winkelhock e Bellof no último mês.

O bom trabalho de Jonathan Palmer ficou evidente quando Christian Danner chegou à equipe, batalhando simplesmente para chegar ao fim da prova e acumular uma quilometragem boa para arranjar uma equipe em 1986.

1985: Christian Danner fez o que podia com um carro problemático como o Zakspeed, e agora era ver se alguém gostaria de contrata-lo depois do desempenho medonho em Brands Hatch.


33 - AUS - Alan Jones - Team Haas
Depois de uma passagem apagada pela Arrows no início de 1983, Alan Jones estava de volta ao grid em 1985, agora arriscando no promissor projeto da Beatrice Lola. Comandado por Carl Haas, o campeão de 1980 parecia estar mais preparado para o desafio de desenvolver uma equipe com grande potencial.

Apesar dos problemas enfrentados com o motor Hart (seria uma prévia pelo que estava por vim com o motor Forde, em 1986?), Jones fez uma trabalho fantástico enfrente a sua torcida no primeiro Grande Prêmio da Austrália valido para o calendário, dando show até um esperado problema elétrico o tirar da prova.

1985: Volta difícil, mas futuro promissor para os últimos dias de Jones na Fórmula 1.

SOBRE 1985


"Com o Brasil saindo do regime militar, a Fórmula 1 levava todo seu circo para o Rio de Janeiro onde, em Jacarepaguá, faziam a abertura da temporada pela terceira vez seguida. Os testes foram animadores para os 'anti-McLaren', mas todos sabiam que seria difícil evitar um bicampeonato da equipe de Woking. Os bólidos pintados com as cores da Marlboro continuavam no topo, porém agora com certa dificuldade enfrentada para superar as Ferraris, as Williams e as Lotus.

A temporada prometia, com o jovem Ayrton Senna querendo se firmar no pelotão da frente, Nelson Piquet se recuperando de uma azarada temporada de 1984, Nigel Mansell estreando na Williams e a dupla Alboreto / Arnoux tentando melhorar o clima dentro da Scuderia Ferrari. A vitória de Prost em Jacarepaguá não foi surpreendente, talvez até esperada, mas algo dava sinais que não se repetiria em 1985.

Niki Lauda ficou tomado pelo azar, apesar de cometer poucos erros, venceu apenas uma prova e fechou sua última temporada na fraca décima colocação, deixando livre o caminho para Alain Prost, que soube se acalmar quando percebeu que o título estava nas mãos. Depois da estranha demissão de René Arnoux, e sua substituição pelo sueco Stefan Johansson, a Ferrari tinha um Michele Alboreto inspirado nas primeiras provas.

Consistente, o italiano conquistou dois segundos lugares nas primeiras provas, dominando o GP de Mônaco mesmo após enfrentar um azar que, infelizmente, não rodeia um futuro campeão. Suas performances satisfatórias no Canadá, em Detroit e em Silverstone se esvaíram com a falta de competitividade deu seu 156/85, má configurado para as velozes provas finais da temporada.

Prost, com isso, foi sábio em suas decisões, se beneficiou dos problemas de Alboreto e conquistou um merecido título com duas provas de antecedência, mostrando o que todo seu talento era capaz. Porém, já quando levantou o caneco em Brands Hatch, era perceptível uma gigantesca evolução da Williams Honda de Nigel Mansell e Keke Rosberg.

Uma temporada que havia começado difícil para a equipe de Frank Williams acabou de maneira gloriosa, com quatro vitórias, duas para cada um de seus pilotos. A agressividade da dupla Mansell / Rosberg era espantosa, mas nada se comparava ao estilo de pilotagem do campeão finlandês, que deu show durante a maior parte da temporada, sendo vencedor moral de diversas provas. No fim, a classificação geral da Williams no campeonato não demonstra seu real esforço.

Ayrton Senna e Elio de Angelis, numa clássica briga de companheiros, deixaram a terceira colocação ser lançada aos homens da Williams, com o italiano fazendo um fantástico início de temporada para terminar desanimado e fora da equipe. O jovem brasileiro mostrou que veio para ficar, conquistando poles fantásticas e tendo performances ainda mais nas corridas, sendo tomado pelo azar de abandonar nas últimas voltas.

A Brabham de Nelson Piquet e Marc Surer agiu estranhamente em 1985, perdendo os terríveis problemas enfrentados com o motor BMW e iniciando uma promissora parceira com a Pirelli, mas não sendo capaz de fazer o BT54 um chassis decente. Resultado? Piquet teve sorte ao vencer em Paul Ricard e selar o caixão de vitórias da equipe na categoria.

No meio do grid, a Ligier voltou a ter forças com o retorno de Jacques Laffite, que conquistou três pódios. Porém a saída de Andrea de Cesaris deixou a equipe mais fraca, sendo ele substituído por Philippe Streiff que mais bateu do que correu no fim da temporada. No fim, a Ligier ainda foi capaz de ultrapassar a Renault na tabela de construtores.

Com problemas, a montadora francesa saiu da Fórmula 1 depois de revoluciona-la, mas não sendo capaz de conquistar um título. A Alfa Romeo também abandonou a categoria, mas de maneira discreta e sem alarde com Riccardo Patrese e Eddie Cheever batalhando para chegar ao fim de cada prova iniciada. Além das duas montadoras, a Spirit fechou o barraco de feira depois do GP de San Marino.

A situação estava difícil para a Fórmula 1, com três equipes saindo, porém outras três haviam chegado: Minardi, Zakspeed e Beatrice-Lola, todas com grandes ambições. Com a Minardi tantndo evoluir com um jovem inexperiente, a Zakspeed fez uma escolha mais feliz ao selecionar o britânico Jonathan Palmer, enquanto a Beatrice mostrou que viera para ser campeã do mundo ao contratar Alan Jones. Apesar de tanto, serviram apenas para tampar o pelotão junto com a Osella de Ghinzani e Rothengatter.

A Toleman vinha de sua melhor temporada, porém foi incapaz de colocar seu carro nas primeiras três etapas antes que a Benetton aparecesse com uma grande proposta. Fabi fez tudo que era possível, até uma pole, porém não anotou pontos. A Arrows estava no mesmo nível da compatriota britânica, porém tinha mais confiabilidade e um piloto que sabia controlar um carro com cerca de 1000cv de maneira suave o suficiente para chegar ao pódio em Imola.

Em 1985 houve tristeza, mas em que ano não há? Porém houveram duas tragédias que certamente mudaram o futuro do automobilismo mundial. Tentando evoluir uma afundada RAM, Manfred Winkelhock aparecia cada vez mais com desgosto no paddock da categoria, conquistando resultados mais decentes no WSC antes de vir a falecer num terrível acidente em Mosport. E que, como aconteceu com a Marussia em 2014, acabou culminando no fim da equipe.

Já a Tyrrell mantinha a talentosa dupla Brundle / Bellof, com a promessa de um novo chassis com motor turbo já no meio da temporada. O britânico foi o primeiro a andar, enquanto o alemão fez apenas três provas com o motor Renault empurrando-o antes de ir para o triste fim-de-semana dos 1000Km de Spa-Francorchamps. Jonathan Palmer quebrou a perna, enquanto Stefan Bellof acabou embatendo fatalmente na barreira de proteção após tocar com seu maior rival.

A Eau Rouge havia sido palco de uma tragédia antes de voltar a receber os pilotos do circo. Já reformado decentemente, o novo asfalto de Spa-Francorchamps viu Ayrton Senna dar seu segundo grande show em 1985, levando a vitória com um jovem Nigel Mansell conquistando seu melhor resultado até então. 

A temporada de 1985 chegara ao seu final com Keke Rosberg dando show na sua perseguição por Alain Prost e Nigel Mansell em Kyalami, e, semanas depois, superando o 'showman' Senna em Adelaide.

1985 acabou como um ano cheio de alternativas, mas apesar da alta competitividade durante as corridas, os resultados mostram que essa foi uma das piores temporadas da década de 80, o que é mais um exemplo de que números não representam nada se tratando habilidade. Prost foi campeão, Alboreto fez seu melhor ano, Senna e de Angelis abririam o terceiro posto para Rosberg que deu show, Mansell finalmente venceu, Johansson tem agora sua chance e Piquet um grande futuro lhe aguardando na Williams...

Infelizmente, havíamos perdido o brilho do talento e da rapidez dos alemães Manfred Winkelhock e Stefan Bellof... Sempre serão lembrados...

PRÊMIOS DO MEMÓRIA F-1


MELHORES PILOTOS DA TEMPORADA:
1) Keke Rosberg
2) Ayrton Senna
3) Alain Prost

MELHORES EQUIPES DA TEMPORADA:
1) Marlboro McLaren International
2) Canon Williams Honda
2) Equipe Ligier

PERSONALIDADE DO ANO:
Keke Rosberg

ROOKIE OF THE YEAR:
1) Ivan Capelli
2) Christian Danner

MELHORES GPs:
Grande Prêmio da Europa - Grande Prêmio da Austrália

MELHOR PERFORMANCE:
Ayrton Senna e Stefan Bellof  - GP de Portugal

O SORTUDO: 
Alain Prost

O AZARADO:
Michele Alboreto

O ESFORÇADO:
Ayrton Senna

PIOR PILOTO DA TEMPORADA:
Kenny Acheson

PIOR EQUIPE DA TEMPORADA:
Benetton Team Alfa Romeo

MICO DO ANO:
Spa-Francorchamps

CLASSIFICAÇÃO GERAL


Campeonato de Pilotos: POS / Nº / País / Piloto / Construtor / Pontos
  1. 2 - FRA - Alain Prost - McLaren TAG-Porsche - 73 pontos (76 pontos)
  2. 27 - ITA - Michele Alboreto - Scuderia Ferrari - 53 pontos
  3. 6 - FIN - Keke Rosberg - Williams Honda - 40 pontos
  4. 12 - BRA - Ayrton Senna - Lotus Renault - 38 pontos
  5. 11 - ITA - Elio de Angelis - Lotus Renault - 33 pontos
  6. 5 - GBR - Nigel Mansell - Williams Honda - 31 pontos
  7. 4 / 28 - SUE - Stefan Johansson - Tyrrell Ford / Scuderia Ferrari - 26 pontos
  8. 7 - BRA - Nelson Piquet - Brabham BMW - 21 pontos
  9. 26 - FRA - Jacques Laffite - Ligier Renault - 16 pontos
  10. 1 - AUT - Niki Lauda - McLaren TAG-Porsche - 14 pontos
  11. 18 - BEL - Thierry Boutsen - Arrows BMW - 11 pontos
  12. 15 - FRA - Patrick Tambay - Renault Elf - 11 pontos
  13. 8 - SUI - Marc Surer - Brabham BMW - 5 pontos
  14. 16 - GBR - Derek Warwick - Renault Elf - 5 pontos
  15. 25 / 4 - FRA - Philippe Streiff - Ligier Renault / Tyrrell Renault - 4 pontos
  16. 4 / 3 - ALE - Stefan Bellof - Tyrrell Ford / Tyrrell Renault - 4 pontos
  17. 25 - ITA - Andrea de Cesaris - Ligier Renault - 3 pontos
  18. 4 - ITA - Ivan Capelli - Tyrrell Renault - 3 pontos
  19. 28 - FRA - René Arnoux - Scuderia Ferrari - 3 pontos
  20. 17 - AUT - Gerhard Berger - Arrows BMW - 3 pontos
  21. 3 / 4 - GBR - Martin Brundle - Tyrrell Ford / Tyrrell Renault - 0 pontos
  22. 24 - HOL - Huub Rothengatter - Osella Alfa Romeo - 0 pontos
  23. 1 - IRN - John Watson - McLaren TAG-Porsche - 0 pontos
  24. 29 - ITA - Pierluigi Martini - Minardi Ford / Minardi Motori Moderni - 0 pontos
  25. 22 - ITA - Riccardo Patrese - Benetton Team Alfa Romeo - 0 pontos
  26. 23 - EUA - Eddie Cheever - Benetton Team Alfa Romeo - 0 pontos
  27. 24 / 20 - ITA - Piercarlo Ghinzani - Osella Alfa Romeo / Toleman Hart - 0 pontos
  28. 10 / 9 - FRA - Philippe Alliot - RAM Hart - 0 pontos
  29. 30 - GBR - Jonathan Palmer - Zakspeed Racing - 0 pontos
  30. 9 - ALE - Manfred Winkelhock - RAM Hart - 0 pontos
  31. 19 - ITA - Teo Fabi - Toleman Hart - 0 pontos
  32. 8 / 14 - FRA - François Hesnault - Brabham BMW / Ligier Renault - 0 pontos
  33. 33 - AUS - Alan Jones - Team Haas (USA) - 0 pontos
  34. 21 - ITA - Mauro Baldi - Spirit Hart - 0 pontos
  35. 30 - ALE - Christian Danner - Zakspeed Racing - 0 pontos
  36. 10 - GBR - Kenny Acheson - RAM Hart - 0 pontos

Campeonato de Construtores: POS / Equipe / Construtor / Carros / Pilotos / Pneu / Pontos
  1. Marlboro McLaren International - McLaren TAG-Porsche - MP4/2B - LAU/WAT/PRO - G - 90pts
  2. Scuderia Ferrari SpA SEFAC - Ferrari - 156/85 - ALB / ARN / JOH - G - 82 pontos
  3. Canon Williams Honda - Williams Honda - FW10 - MAN / ROS - G - 71 pontos
  4. John Player Special Team Lotus - Lotus Renault - 97T - ANG / SEN - G - 71 pontos
  5. Motor Racing Developments - Brabham BMW - BT54 - PIQ / HES / SUR - P - 26 pontos
  6. Equipe Ligier - Ligier Renault - JS25 - CES / STR / LAF - P - 23 pontos
  7. Equipe Renault Elf - Renault - RE60 / RE60B - HES / TAM / WAR - G - 16 pontos
  8. Barclay Arrows BMW - Arrows BMW - A8 - BER / BOU - G - 14 pontos
  9. Tyrrell Racing Organisation - Tyrrell Ford - 012 - BRU / BEL / JOH - G - 4 pontos
  10. Tyrrell Racing Organisation - Tyrrell Renault - 014 - BRU / BEL / CAP / STR - G - 3 pontos
  11. Osella Squadra Corse - Osella Alfa Romeo - FA1F / FA1G - GHI / ROT - P - 0 pontos
  12. Minardi Team SpA - Minardi Motori Moderni - M185 - MAR - P - 0 pontos
  13. Benetton Team Alfa Romeo - Alfa Romeo - 185T / 184TB - PAT / CHE - G - 0 pontos
  14. Skoal Bandit Formula 1 Team - RAM Hart - 03 - WIN / ALL / ACH - P - 0 pontos
  15. West Zakspeed Racing - Zakspeed - 841 - PAL / DAN - G - 0 pontos
  16. Toleman Group Motorsport - Toleman Hart - TG185 - FAB / GHI - P - 0 pontos
  17. Minardi Team SpA - Minardi Ford - M185 - MAR - P - 0 pontos
  18. Spirit Enterprises Ltd - Spirit Hart - 101D - BAL - P - 0 pontos
  19. Team Haas (USA) Ltd - Lola Hart - THL1 - JON - G - 0 pontos
OUTRAS CLASSIFICAÇÕES:


Voltas lideradas por pilotos:
  1. 12 - BRA - Ayrton Senna - Lotus Renault - 270 voltas
  2. 6 - FIN - Keke Rosberg - Williams Honda - 232 voltas
  3. 2 - FRA - Alain Prost - McLaren TAG-Porsche - 178 voltas
  4. 5 - GBR - Nigel Mansell - Williams Honda - 141 voltas
  5. 27 - ITA - Michele Alboreto - Scuderia Ferrari - 99 voltas
  6. 1 - AUT - Niki Lauda - McLaren TAG-Porsche - 52 voltas
  7. 7 - BRA - Nelson Piquet - Brabham BMW - 43 pontos
  8. 11 - BRA - Elio de Angelis - Lotus Renault - 16 pontos
  9. 28 - SUE - Stefan Johansson - Scuderia Ferrari - 1 volta
Voltas lideradas por construtores:
  1. GBR - Williams Honda - 373 voltas
  2. GBR - Lotus Renault - 286 voltas
  3. GBR - McLaren TAG-Porsche - 230 voltas
  4. ITA - Scuderia Ferrari - 100 voltas
  5. GBR - Brabham BMW - 43 voltas
Campeonato de Motores:
  1. FRA - Renault - 113 pontos
  2. ALE - TAG-Porsche - 90 pontos
  3. ITA - Ferrari - 82 pontos
  4. JAP - Honda - 71 pontos
  5. ALE - BMW - 40 pontos
  6. GBR - Cosworth - 4 pontos
Campeonato de Pneus:
  1. EUA - Goodyear - 351 pontos
  2. ITA - Pirelli - 49 pontos
Campeonato de Países:
  1. França - 107 pontos
  2. Itália - 92 pontos
  3. Brasil - 59 pontos
  4. Finlândia - 40 pontos
  5. Grã-Bretanha - 36 pontos
  6. Suécia - 26 pontos
  7. Áustria - 17 pontos
  8. Bélgica - 11 pontos
  9. Suiça - 5 pontos
  10. Alemanha - 4 pontos

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